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NOTÍCIA

Gil Rugai é condenado a 33 anos, mas poderá recorrer em liberdade

Data: Sábado, 23/02/2013 00:00
Fonte: Adriana Ferraz e Bruno Paes Manso, O Estado de S. Paulo

20h30 – Defesa vai recorrer

Os advogados de defesa vão recorrer da sentença. Segundo Marcelo Feller, “o júri é reflexo da sociedade, que é preconceituosa”. O defensor de Gil Rugai ressaltou que o resultado foi apertado – 4 votos pela condenação e 3 pela absolvição – e afirmou que se tivesse “mais alguns dias” poderia ter revertido a desvantagem. A defesa tem cinco dias para manifestar o desejo de recorrer. Ao todo, foram ouvidas 15 testemunhas de acusação e defesa. Se o recurso for aceito, Gil pode ser novamente julgado ou mesmo absolvido diretamente.

 

18h57 – Gil Rugai é condenado a 33 anos e 9 meses de prisão em regime fechado. Ele poderá recorrer da decisão em liberdade, ou seja, hoje, ele pode sair livre do fórum.

 

17h45 – Para o advogado criminalista Alberto Zacharias Toron, que auxiliou os advogados de defesa, Gil Rugai já chegou ao julgamento condenado. “Foram nove anos com a imprensa afirmando que ele era culpado. Seria muito difícil reverter essa imagem em cinco dias. Mesmo assim, pelo trabalho da defesa, achava que ele seria absolvido.”

 

17h35 – Dezenas de curiosos ­- muitos estudantes de Direito ou parentes de advogados – aguardam do lado de fora do Fórum Criminal da Barra Funda pela sentença de Gil Rugai.

 

16h44 - Dos sete jurados, 4 condenaram Gil Rugai e 1 o absolveu. O demais votos não foram divulgados porque neste ponto a maioria já tinha decidido pela condenação.

 

Quando foi alcançada a maioria, o promotor deixou o tribunal chorando: “vencemos em tudo”, disse.

 

16h30 – Acusado de matar o pai e a madrasta a tiros no dia 28 de março de 2004, Gil Rugai foi condenado na tarde desta sexta-feira, 22, pelo crime de duplo homicídio por motivo torpe. A decisão foi proferida pelo juiz às 16h30 no Fórum da Barra Funda, na zona oeste da cidade, depois de cinco dias de julgamento.

 

16h04 – Os jurados acabam de ir para a sala secreta para se reunir e determinar a sentença de Gil Rugai.

 

14h45 - Acabou a explanação da defesa de Gil Rugai, que durou uma hora e meia. Como a acusação abdicou de seu direito de réplica, o julgamento seguirá, após a pausa de uma hora para o almoço, para a reunião dos sete jurados. Acompanhados do juiz, do promotor e da defesa, eles irão decidir em uma sala secreta se condenam ou não o réu. Essa etapa deve começar às 15h45.

 

Durante os 90 minutos de explanação, a defesa tentou desconstruir a imagem de “mostro” que, segundo eles, foi atribuída ao réu em todo o processo. Ao se referir a ele, usaram termos como “padreco”, “moleque”, “esquisito” e “estranho”. Os defensores afirmaram que Gil é apenas um menino que perdeu o pai e a madrasta.

 

Eles gastaram boa parte do tempo de argumentação tentando derrubar a tese do horário do crime. Uma xerox com uma suposta conta telefônica de um dos vizinhos da vítima foi apresentada. Neste documento, cuja autenticidade não pode ser comprovada, já que se trata de apenas de uma parte da conta, um vizinho teria telefonado para o vigia da rua onde o crime ocorreu por volta das 22h, após ouvir os disparos. Outro registro telefônico mostrado pela defesa, do tele fixo do escritório de Gil, a 4,5 km da casa do pai, mostra que ele ligou às 22h14 do local para uma amiga: não podeira, portanto, segundo os defensores, estar na cena do crime.

 

Os advogados também voltaram a desqualificar as testemunhas de acusação, que apontavam que Gil no local dos assassinatos, afirmaram que ele portava uma arma e que tinha problemas com o pai. A dupla de defesa negou qualquer motivação para o réu ter matado o pai.

 

No plenário, que tem cerca de 250 pessoas, a plateia está dividida e a expectativa é grande.

 

15h09 - Jurados vão responder a quatro perguntas para cada crime

Quando a fase de debates do julgamento de Gil Rugai terminar, por volta das 18h desta sexta-feira, 22, os sete jurados vão se reunir para definir se o réu é culpado e se ele cometeu o crime por motivo torpe – em função do desfalque apontado pela acusação na empresa das vítimas. Eles terão de responder apenas “sim” ou “não”. Confira quais serão os questionamentos:

 

1. Luiz Carlos Rugai morreu pelos ferimentos a tiros disparados em 28 de março de 2004?

Alessandra Troitino morreu pelos ferimentos a tiros disparados em 28 de março de 2004?

 

2. O acusado Gil Rugai atirou contra Luiz Carlos Rugai?

O acusado Gil Rugai atirou contra Alessandra Troitino?

 

3. O jurado absolve o acusado do assassinato de Luiz Carlos Rugai?

O jurado absolve o acusado do assassinato de Alessandra Troitino?

 

4. O crime contra Luiz Carlos Rugai foi cometido por motivo torpe? Foi por que o réu foi afastado da empresa da família?

 

O crime contra Alessandra Troitino foi cometido por motivo torpe? Foi por que o réu foi afastado da empresa da família?

 

13h39 – O promotor Rogério Leão Zagallo terminou sua explanação e finalizou as acusações sobre Gil Rugai, no quinto e último dia de julgamento do réu, que pode ser condenado ou absolvido nesta sexta-feira, 22. Rugai é acusado de matar o pai e a madrasta a tiros na noite de 28 de março de 2004, na mansão onde ambos viviam, em Perdizes, nona oeste da cidade.

 

Em 1h30 de argumentação, Zagallo traçou o perfil de Gil Rugai, considerando-o “hora psicopata, hora tranquilo”. Apresentou depoimentos de pessoas que afirmam ter visto com ele uma arma, indicou a existência de um desfalque que teria sido descoberto pelo pai e pela madrasta e apontou para a “coincidência” da arma do crime ter sido encontrada no prédio onde Gil mantinha escritório, nos Jardins.

 

Em tom enérgico, Zagallo tentou desmontar o álibi apresentado por Gil: o réu afirma que estava no Shopping Frei Caneca, na região central da cidade, quando o crime ocorreu. Para Zagallo, outra característica do processo é determinante para concluir a culpa do réu: em nove anos, as investigações não chegaram a nenhum outro suspeito.

 

A explanação da defesa deve começar em instantes. Pode ainda haver réplica por parte da acusação e tréplica da defesa, ambas com uma hora. A etapa seguinte é a reunião dos sete jurados, que vão responder a uma série de perguntas do juiz, apenas com sim ou não. As respostas irão determinar se Gil Rugai será condenado ou absolvido e, no caso de condenação, a duração de sua pena. A previsão é que o julgamento termine por volta das 19h.

 

12h00 – Saiba quais são os personagens do julgamento:

 

10h56 – Começa o julgamento. O primeiro a falar é o promotor, Rogério Leão Zagallo, que terá 1h30 para expõr seus arguntamentos. A defesa deve fazer sua arguição em seguida, no mesmo tempo.

 

9h40 – Os jurados devem definir nesta sexta-feira, 22, o futuro de Gil Rugai, acusado de matar a tiros o pai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, em março de 2004. O júri deve confrontar as falhas periciais apontadas durante todo o julgamento, iniciado na segunda-feira, com testemunhos contundentes que colocam o réu na cena do crime.

 

Do lado da acusação, pelo menos três depoimentos apontam o acusado como autor dos assassinatos. O encontro da arma do crime no prédio de Rugai será explorado pelo promotor Rogério Zagallo. Pelo lado da defesa, a ideia é levantar dúvidas na cabeça dos jurados por causa das falhas na investigação – incluindo o uso do vídeo da perícia em que se usa o pé trocado de Gil Rugai.

 

Nessa quinta-feira, Gil Rugai apresentou sua versão sobre o crime pela primeira, vez. Ao juiz, ele se declarou inocente, negando ter desfalcado a produtora do pai ou ter estado no local no dia do crime. Ao ser questionado pela promotoria, no entanto, se manteve em silêncio, seguindo a orientação de seus dois advogados.

 

Depois do encerramento do juri, os advogados de Gil apontaram um novo suspeito para o caso: Aguinaldo Silva, assistente pessoal da empresa de Luiz Carlos Rugai, a Referência. Segundo Marcelo Feller, um dos defensores do réu, Silva tinha uma dívida trabalhista de R$ 600 mil com a empresa.

 

O crime. Gil Rugai é o único suspeito de matar Luiz Carlos Rugai e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, na noite de 28 de março de 2004. O assassinato aconteceu na mansão em Perdizes onde o casal morava, na zona oeste. Alessandra foi atingida por cinco tiros e Luiz Carlos, por quatro.

 

Hoje com 29 anos, o réu ficou dois anos e meio preso, depois que provas periciais e o testemunho de um vigia noturno da rua da residência indicaram a sua presença no local.