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NOTÍCIA

Aliança com Riva pode tirar Luciane do PSB; PDT e tucanos já assediam

Data: Quinta-feira, 21/02/2013 00:00
Fonte: Patrícia Sanches e Gabriela Galvão/ RDnews

A deputada estadual Luciane Bezerra (PSB) reconhece que já deu início as negociações para trocar de partido. A motivação, segundo ela, é o desenho de uma aliança entre o PSD e PSB para 2014, em nível nacional, que deve se repetir em Mato Grosso. Acontece que o presidenciável Eduardo Campos, presidente do PSB, está próximo de fechar uma aliança com o PSD de Gilberto Kassab, o que deve ter reflexos no Estado. “Não é insatisfação. O problema é que não sinto segurança dentro do partido”, argumenta.

 

Luciane justifica que já fechou com o grupo que defende a candidatura de Pedro Taques (PDT) ao Palácio Paiaguás, por isso, sua permanência no PSB tende a ficar insustentável. Além disso, Luciane é adversária política de Riva, principal cacique do PSD, sendo praticamente impossível que os dois subam no mesmo palanque.

 

Ambos são de Juara e caminham em lados opostos desde que o marido de Luciane, Oscar Bezerra (PSB) se tornou prefeito da cidade em 2004. Depois, Riva, que já administrou a cidade, emplacou o concunhado Alcir Paulino em 2008. No ano passado, Bezerra voltou a vencer, mas como está inelegível ainda não assumiu. A cidade é comandada pelo presidente da Câmara Lourival de Souza Rocha (PSD), o Lorão Macarena e deve ser realizada eleição suplementar.

 

O próprio PDT de Taques e o PSDB do deputado federal Nilson Leitão já assediam Luciane. Os tucanos, desde as eleições de 2012, se aproximaram do PDT e caminham para uma aliança com os pedetistas em 2014. De todo modo, Luciane adianta que já se reuniu com o presidente estadual do PSB Valtenir Pereira para debater o assunto. Segundo ela, Valtenir entendeu o seu posicionamento e está "receptivo".

 

A amarração tem que ser bem feita porque Luciane corre o risco de ser enquadrada na Lei de Fidelidade Partidária e ficar sem mandato. Existem no Estado, no entanto, exemplos de "acordos" selados entre os partidos. Os então deputados Chica Nunes (DEM) e Walace Guimarães (PMDB), por exemplo, deixaram o PSDB e DEM, respectivamente sem qualquer prejuízo político após aval das legendas.

 

Chica passou a ser "persona non grata" no PSDB depois que passou a responder a processos por improbidade administrativa devido atos que cometeu durante o período em que foi presidente da Câmara de Cuiabá. Já Walace brigou com os irmãos Jayme e Júlio Campos na eleição de 2008, não tendo feito campanha para Júlio. À época, sua permanência no DEM ficou insustentável.

 

Outro lado

De acordo com o presidente regional do PSB, deputado federal Valtenir Pereira, o partido vai concentrar todos os esforços para encontrar a melhor saída. "Ela expôs a situação que a levou a cogitar essa possibilidade, mas para nós é muito importante que ela permaneça. Vamos continuar conversando e trocando ideias". Questionado quanto aos argumentos apresentados pela deputada, no entanto, Valtenir desconversou e disse que os mesmos não vinham ao caso.