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NOTÍCIA

Vereador acusa atual prefeito de Nova Ubiratã de perseguir servidores ligados à oposição

Data: Quarta-feira, 13/02/2013 00:00
Fonte: Sérgio Édison – de Sorriso

 

 

Antes mesmo de completar um mês, a nova administração municipal de Nova Ubiratã iniciou uma ‘caça às bruxas’ para prejudicar servidores públicos municipais ligados aos partidos que integraram a base de apoio da gestão do ex-prefeito Osmar Rossetto (Chiquinho - PT).

 

Uma das vítimas é a professora Bernadete Rechmann (PT), ex-vereadora e esposa do atual vereador Jose Dias Pedroso (Gasolina – PT). Outros casos envolvem a professora Romi Kissler Maier, esposa do ex-secretário de Agricultura Paulo Maier, e uma ex-secretária que prefere não se identificar por temer retaliações ainda maiores.

 

A secretária de Educação Lenir de Fátima Vronski determinou que Bernadete Rechmann – pedagoga lotada através de concurso para 40 horas semanais na Escola Municipal Entre Rios – seja remanejada para a Escola Municipal Lorindo Pedro Basso, localizada na comunidade Sinopão, distante 40 quilômetros da sede do distrito.

 

Conforme Bernadete, que mora no Entre Rios há mais de oito anos, trata-se de uma situação totalmente irregular e criada apenas para forçá-la a pedir demissão. “Existe vaga para pedagoga, que é a minha área, na escola do distrito. Inclusive, está sendo aberta vaga no Entre Rios através do teste seletivo realizado em 2013 pela Prefeitura Municipal de Nova Ubiratã”, explica.

 

A ex-vereadora realizou concurso público em 2009 e ainda se encontra em estágio probatório. “E a lei complementar 018 de 2008 proíbe a transferência de servidor em situação probatória. Além disso, devem ser obedecidas as necessidades de origem e destino, o que neste caso está comprovada a necessidade da origem. Isto é, há vaga na Escola Entre Rios, conforme revela o teste seletivo”, esclarece.

 

Contestada, a secretária Lenir de Fátima Vronski informou então que Bernadete terá disponíveis apenas 20 horas na escola do distrito de Entre Rios, e que terá que cumprir as 20 horas restantes na unidade de Sinopão.

 

“Mas já comuniquei à Secretaria de Educação que não tenho interesse em lecionar no Sinopão. É absolutamente inviável devido à incompatibilidade de horários. Teria que sair do Entre Rios às 11h30, na van que transporta os alunos do interior, para chegar no Sinopão às 13h30, sendo que as aulas começam às 13 horas”, justifica Bernadete, acrescentando que não teria tempo para o almoço.

 

MAIS CASOS

Em relação à Romi Maier, a secretária determinou que a pedagoga – concursada e que mora há dois anos na cidade de Nova Ubiratã – seja transferida para a escola de Santo Antônio do Rio Bonito, distrito que fica distante 50 quilômetros da sede do município.

 

Essa transferência é descabida, já que não há demanda para professor no distrito e faltam pedagogos na cidade. “Fui transferida de Santo Antonio para a sede há mais de dois anos a pedido da administração municipal. Não foi minha a iniciativa. O número de alunos na Escola de Santo Antônio ficou menor e, então, pediram para que mudasse para a sede”, esclarece Romi.

 

Outros profissionais da rede municipal de Educação de Nova Ubiratã também sofrem a mesma pressão. “Mas de outras formas, sendo inclusive ameaçados de teram seus direitos adquiridos ao longo de mais de 15 anos de serviço, serem agora revogados, revela o vereador José Dias.

 

Os pedagogos já denunciaram a situação ao Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), que determinou à sua assessoria jurídica que acompanhe o caso com atenção. “Está bem claro que a atual administração está fazendo de tudo para pressionar todos os profissionais ligados à oposição a pedir demissão”, conclui Bernadete Rechmann.

 

POPULAÇÃO  PREJUDICADA

Para o vereador José Dias, é uma situação lamentável e entende que com perseguição política desencadeada pela administração do prefeito Valdenir José dos Santos quem acaba pagando são os alunos e a população, que vê os interesses pessoais dos integrantes da administração municipal atual se sobrepondo aos interesses públicos.

 

O vereador do PT acreditava que perseguição política era coisa do passado distante em Nova Ubiratã. “Mas o ex-prefeito Chiquinho acabou com essa prática nefasta e que prejudicava apenas a população. Agora, no entanto, o grupo político que fez isso no passado volta ao poder com uma sede de vingança desproporcional”, comenta.

 

José Dias lembra que o prefeito Valdenir garantiu durante a campanha eleitoral de 2012 não promover qualquer perseguição política. “Prometeu e não está cumprindo. Falou uma coisa e faz outra, com prejuízo a todos os moradores de Nova Ubiratã”, lamenta.