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NOTÍCIA

Em rodovía de atoleiros motorista fica irritado e morre de infarto

Ele estava parado com o veículo na comunidade AR2, na MT 208, cerca de 72 quilômetros de Aripuanã.

Data: Quarta-feira, 06/02/2013 00:00
Fonte: Revista Super

As rodovias em Mato Grosso matam de todos os jeitos. Um motorista de uma carreta morreu enquanto viajava para a entrega de mercadoria na cidade de Colniza, no extremo Norte de Mato Grosso. Valteni Augusto Ferreira, 49, sofreu um infarto fulminante. Ele estava parado com o veículo na comunidade AR2, na MT 208, cerca de 72 quilômetros de Aripuanã, por conta de um atoleiro que tinha próximo a pequena vila. A esposa de Valteni, Noeli Ferreira, contou que ele estava nervoso por causa das condições da estrada.

 

Ela revelou que tinha pedido demissão do emprego para viajar com o marido e cuidar dele, já que ele era portador de diabetes e deveria tomar remédios controlados. “Mas ele estava muito nervoso com a situação da estrada” – acrescentou a mulher.

 

O casal estava semanas na estrada. Os dois saíram de de São José do Rio Preto (SP) levando uma carga de cimento com destino a Colniza. Ela relata que o trecho que mais demoraram para andar foi entre a cidade de Castanheira a Juruena e em seguida a comunidade onde pararam e aconteceu a tragédia. Nesse pedaço da estrada já estavam parados a três dias e percorreram apenas 140 quilômetros.

 

Amigos de Valteni estão indignados com o descaso e as situações das estradas. Dizem que sofrem a mesma situação todos os anos e o Governo nem se quer disponibiliza maquinas para ajudar na manutenção das rodovias nesse período. O caos acontece em todas as regiões do Estado.

 

“A região que nós rodamos de Castanheira a Colniza ou a Aripuanã é péssima. Não tem assistência por parte dos governantes. O município não pode mexer nas estradas, e nós que movimentamos o Brasil com o transporte de alimentos e madeira temos que ficar 3,4 ou 5 dias parado, não temos assistência nenhuma. Hoje um amigo nosso morreu, de infarto fulminante por que passou raiva de mais. Isso aqui mata qualquer um de raiva mesmo!” – disse Antônio Renato Carneiro.

 

Ele conta que só nos 40 quilômetros de Juruena a AR2 gastou três dias atolando e sendo arrastado pelos companheiros. Resignado, protestou: “Mas fazer o que, nós temos que continuar por que temos que levar a comida para a nossa família que nos espera”.

 

Valteni Augusto Ferreira deixou um casal de filhos e a esposa que o acompanhavam. Motorista a 23 anos prestava serviços para Essencial Transportes Rio Preto.