A Polícia Civil prendeu três pessoas, em caráter temporário, que são investigadas no caso do incêndio que atingiu a boate Kiss matando 233 pessoas na madrugada de domingo na cidade Snata Maria, no estado do Rio Grande do Sul. Uma quarta pessoa também estaria sendo procurada, informou o Jornal Diário de Santa Maria.
Estão presos dois músicos da banda Gurizada Fandangueira, que estava fazendo o show no momento que iniciou o incêndio e um sócio da casa noturna, que estava supostamente internado em uma clínica em Cruz Alta. As outras prisões ocorreram em Mata e em São Pedro do Sul, cidades próximas a Santa Maria. A polícia também já cumpriu mandados de busca e apreensão.
Foi preso o empresário Elissandro Spohr, o Kiko. Conforme o advogado dele, o criminalista Jader Marques, ele teve temor de permanecer em Santa Maria e buscou atendimento médico na cidade de Cruz Alta devido à intoxicação.
Spohr recebe atendimento por ter inalado a fumaça que se espalhou pela casa noturna durante o incidente. Segundo o advogado, o sócio estava presente na festa juntamente com a mulher, grávida, no momento em que a faísca de um sinalizador manuseado por um integrante da banda Gurizada Fandangueira atingiu o revestimento de isolamento acústico, no teto da boate.
"Não façamos um juízo antecipado do Kiko. Ele compareceu ontem (domingo) mesmo à Justiça e está absolutamente à disposição. Todas as pessoas que estavam na boate eram amigas dele. Foi lá que comemoraram datas significativas, foi lá que namorados e namoradas se conheceram", salientou Marques em entrevista à Rádio Gaúcha.
O representante de Spohr citou ainda que casas noturnas de todo o Estado recebem liberação de funcionamento das prefeituras.
A TRAGÉDIA
O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna.
Sem conseguir sair do estabelecimento, mais de 200 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.
A tragédia, que teve repercussão internacional, é considera a maior da história do Rio Grande do Sul e o maior número de mortos nos últimos 50 anos no Brasil.