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NOTÍCIA

Ranking das notas do Enem por escola não reflete realidade

Data: Segunda-feira, 14/01/2013 00:00
Fonte: por Sandra Carvalho

Dois fatores distintos tem levado o Ministério da Educação e Cultura (MEC) a divulgar um ranking equivocado das notas por escola do Exame de Ensino Médio (ENEM). De um lado o fato do próprio MEC não levar em consideração a origem social dos alunos de cada escola, colocando no mesmo patamar instituições cuja origem social dos estudantes é muito distinta. De outro, a estratégia desleal de proprietários de escolas privadas criam uma “nova escola” para selecionar seus melhores alunos, jogando para cima a nota da instituição no Enem.

 

Como há anos pesquisas realizadas em todo o mundo revelam que a nota das escolas reflete em grande parte o nível socioeconômico dos seus alunos, não faz sentido o MEC continuar comparando escolas cuja origem social desses jovens seja muito diferente. Da forma como o MEC vem ranqueando as escolas, aquelas que têm apenas alunos que tiveram uma boa base de ensino (geralmente os mais ricos) sempre aparecerão entre as que têm as melhores notas no Enem. Enquanto isso, as que reúnem alunos de todas as camadas sociais permanecerão em desvantagem.

 

Paula Louzano, professora de Educação da USP, é taxativa ao afirmar que as escolas privadas e as públicas que aparecem nos primeiros lugares no ranking estão lá porque selecionam seus alunos, seja pela renda, no caso das privadas, seja por algum processo seletivo, no caso das escolas públicas. Portanto a nota do Enem, divulgada dessa maneira, não está medindo a contribuição que a escola agrega, já que não separa a bagagem que o aluno trouxe de casa do trabalho realizado pela escola. “Essa separação é fundamental para julgarmos se e quanto uma escola é melhor que a outra, como sugere os rankings”, pondera a professora.

 

Em Mato Grosso, muitas escolas da rede privada de ensino vem reduzindo a sua política de inclusão social para aumentar a média de notas no ENEM e outras criando “novas escolas” para selecionar apenas os melhores alunos, com o mesmo objetivo. Com isso, praticam a discriminação sócio/econômica com a finalidade única de obter uma classificação melhor entre as escolas do estado na média de notas do ENEM, utilizando-se desses resultados para fins comerciais em suas campanhas de marketing e captação de novos alunos.

 

“O Colégio Isaac Newton não compactua com este tipo de prática e por isso optamos por manter a nossa filosofia de inclusão social. Há 32 anos o CIN investe na Educação com responsabilidade e é líder em aprovações  em quantidade e qualidade, são mais de 750 alunos aprovados, somente em 2012, nas principais universidades do país e nos cursos mais concorridos, o que atesta que o ranking das notas por escola do Enem não reflete a realidade”, afirma o professor Francisco Carlos Oliveira, diretor superintendente do Colégio Isaac Newton.

 

O CIN é líder em aprovações nos vestibulares/ENEM e só não possui a maior média no ENEM/MT, de acordo com o professor Oliveira, devido a forte política de inclusão social ao funcionar o pré-vestibular  e terceirão noturno com bolsas integrais e meia bolsa de estudo para a maioria dos alunos.