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NOTÍCIA

Maior estelionatário do Brasil é suspeito de roubo de avião em MT

Data: Sábado, 11/09/2010 00:00
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Fonte:TVCA

PF esclarece roubo de uma aeronave de táxi aéreo ocorrido em julho.

A Polícia Federal esclarece o caso sobre o roubo do avião bimotor da empresa Abelha Táxi Aéreo, ocorrido no início de julho. Hoje foram presas duas pessoas acusadas de terem participado do roubo da aeronave. Entre os suspeitos está um do maiores golpistas do Brasil, conhecido em vários países, e que já estava preso em Cuiabá desde abril deste ano.

De acordo com fontes da Polícia Federal, a ação foi articulada por bandidos que estão detidos na Penitenciária Central do Estado. Neste momento, agentes da Polícia Federal fazem uma busca na Penitenciária Central, antigo Pascoal Ramos, para encontrar mais provas do envolvimento dos criminosos presos.

Entre os suspeitos de envolvimento está o homem conhecido como Marcelo Nascimento da Rocha, um dos maiores estelionatários do país. Ele ficou conhecido em todo o Brasil em 2001 quando se passou pelo filho do dono de uma das maiores companhias aéreas do país, em Recife (PE). A aeronave foi roubada para ser usada no tráfico internacional de drogas.

Os crimes do homem que enganou o Brasil ao se passar por empresário

Logo depois de fugir da da polícia no Acre, onde foi preso transportando drogas em um avião que pilotava, Nascimento se divertiu e enganou muita gente no Recifolia, o Carnaval fora de época da capital pernambucana. Ele ficou quatro dias em um camarote vip, comeu, bebeu, deu entrevistas para programas de TV em rede nacional, desfilou ao lado de gente famosa, utilizando o nome de Constantino, filho de um empresário do setor de transporte aéreo. Ele chegou a utilizar aeronaves para transportar famosos, sem pagar um tostão.

O acusado já utilizou dezenas de identidades para aplicar golpes, entre elas, Victor Hugo, Juliano Silva, Marcelo Ferrari Contti, entre outras. A vida no crime já rendeu livro e até filme para o cinema nacional. Segundo informações, Marcelo Nascimento da Rocha, preso em Cuiabá desde abril deste ano, estaria escrevendo um livro para contar seus casos de polícia.

A ficha dele é extensa, com mais de 10 processos. Após fugir de um presídio no Rio de Janeiro, ele foi preso em Rondônia em 2009. Depois veio para Mato Grosso, onde responde por crime de associação ao tráfico em Tangará da Serra. Chegou a ficar alguns mesos presos em Sinop, no presídio Ferrugem, e em abril de 2010 foi transferido para a Penitenciária Central do Estado.

A investigação

No dia 05 de julho foi instaurado inquérito policial para apurar o roubo da aeronave. Na data de instauração do procedimento foi encontrado na Bolívia o comandante que pilotava o avião, que relatou ter sido sequestrado e obrigado pelo passageiro que estava a bordo, a levar o avião até aquele país.

Ainda na primeira semana de investigação, a Polícia Federal identificou o autor do roubo, que se hospedou em um hotel em Rondonópolis e foi reconhecido por diversas testemunhas. Paralelamente foi requerida à Justiça Federal autorização para a realização de interceptação telefônica e quebra de sigilo bancário.

Após o período de coleta de provas, a Polícia Federal representou pela expedição de mandados de busca e apreensão e prisão preventiva em desfavor de quatro criminosos identificados. Os mandados expedidos foram cumpridos nesta sexta-feira, pois parte do grupo criminoso estava no interior da Bolívia, tentando vender a aeronave roubada.

A investigação resultou na identificação do próprio executor do roubo e também de outros três envolvidos, sendo um deles residente em Pontes e Lacerda/MT (que intermediou as tentativas de venda da aeronave na Bolívia) e dois detentos da Penitenciária Central do Estado (um arquitetou o roubo e participou de sua execução, fazendo-se passar por cliente interessado no frete da aeronave, o outro foi responsável por arregimentar os demais integrantes da empreitada). 

Durante a investigação foi possível a prisão em flagrante por tráfico de drogas de dois outros criminosos relacionados ao grupo, no Estado de Minas Gerais, bem como foram constatados indícios da prática de outros delitos pelo mesmo grupo criminoso.