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Justiça manda mega-empresário para Tribunal do Juri por mortes em MT

Data: Sexta-feira, 30/11/2012 00:00
Fonte: 24 Horas News

 

A juíza da 3ª Vara Criminal, Aline Luciane Ribeiro Quinto, de Rondonópolis, efetuou o ato de pronuncia do empresário Sérgio João Marchett, um dos homens mais ricos da região Sul de Mato Grosso, pelo assassinado dos irmãos Brandão de Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo. Agora ele será julgado pelo Tribunal do Juri. Junto com ele, a juíza também pronunciou Marcos Divino Teixeira da Silva, apontado pela Polícia como sendo o pistoleiro contratado para executar a dupla.
 
 
Além de vender sementes de soja, Sérgio Marchetti é empresário rural também na Bolívia, onde está vivendo atualmente. Na época em que o crime começou a ser desvendado, a Polícia chegou a pedir a prisão preventiva do empresário, com medo de que ele se refugiasse em outros países da América do Sul ou mesmo da Europa. O juiz Pedro Pereira Campos, na época, negou o pedido de prisão.
 
 
Mas, uma decisão do STJ obriga Sérgio Marchett a se apresentar em juízo na Comarca de Rondonópolis a cada dois meses deve ser mantida, porque o acusado teria apresentado entraves para que sua citação fosse realizada, além da possibilidade do empresário fixar residência em qualquer lugar do mundo, dado seu poderio econômico que é evidenciado dos autos.
 
 
Além de Sérgio, foram denunciados como mandantes dos dois assassinatos, Monica Marchett Charafeddine e o advogado Ildo Roque Guareschi. O executor do crime, Hércules de Araújo Agostinho, que ficou conhecido com 'Cabo Hércules', já foi condenado pelas mortes a 29 anos de prisão em regime fechado, e o intermediador Célio Alves de Souza, que ainda deve ir a julgamento.
 
 
Monica Marchett já passou pela audiência de instrução e foi pronunciada como incursa no crime de homicídio triplamente qualificado, bem como formação de quadrilha, e poderá ser encaminhada a júri popular após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que deve ainda julgar o recurso da acusada. O advogado Ildo Guareschi e Célio Alves de Souza também aguardam decisão do recurso no STJ contra a pronúncia que deve levá-los a júri popular.
 
 
As execuções dos irmãos Brandão aconteceram, respectivamente, nos dias 10 de agosto de 1999 e 28 de dezembro de 2000. Ainda, segundo a denúncia, os assassinatos teriam sido motivados por uma disputa judicial relativa a posse de terras entre os irmãos Araujo e o empresário Sérgio Marchett, que insistia para que o litígio fosse encerrado com um acordo.
 
 
Diante da recusa das vítimas, o empresário, com o apoio do advogado, Ildo Guareschi, e de Mônica Marchett teriam contratado os pistoleiros para as execuções. A trama foi descoberta com a confissão do 'Cabo Hércules', que alegou ter sido contratado pelos Marchett para executar os irmãos.