Vice-prefeito de Sinop denuncia corrupção no município

 O vice-prefeito de Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá), Aumeri Bampi (PT), deve oficializar, nos próximos dias, denúncias sobre prática de corrupção no município. Em sua página no Facebook, ele afirmou, na última sexta-feira (16), que tem provas e vai expor a “corrupção sinopense” aos órgãos competentes.

Ele disse, ainda, que não teme ameaças e que seguirá em frente. “Abaixo a corrupção sinopense! [...] Um a um, tratarei de expor às instâncias competentes o que vi, observei e comprovei. E não adianta me amedrontar, mandar guacheba me seguir, vigiar ameaçar ou falar na TV!”, diz trecho da postagem.

O petista não detalhou, porém, em que órgãos estariam ocorrendo os casos de corrupção, não citou nomes e nem deu qualquer informação sobre o teor das denúncias. Entretanto, ele cobrou uma atitude da Polícia Federal e do Ministério Público. “Acorda PF! Precisamos de vocês na ativa! Cadê nosso MP? Precisamos de vocês!”, diz na rede social.

Aumeri afirmou que fará as denúncias porque tem “coerência, decência e dignidade”. Ele ainda desafiou os que chamou de corruptos a debaterem publicamente a questão, em conjunto com o Ministério Público, PF e Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado). Em momento algum, porém, ele dá indicações que quem seriam essas pessoas.

A reportagem do MidiaNews tentou contato com Aumeri para saber a quem ou quais casos de corrupção ele se referia, mas ele não atendeu às ligações, nem respondeu às mensagens.

Reprodução/Facebook

O petista respondeu pela Prefeitura de Sinop interinamente por cerca três meses, durante a campanha eleitoral. Nesse período, o prefeito Juarez Costa (PMDB) se licenciou do cargo para se concentrar na disputa pela reeleição.

Terrenos

Em entrevista ao site Só Notícias, de Sinop, o secretário de Governo da Prefeitura, José Pedro Serafini, disse acreditar que as denúncias de Aumeri Bampi se refiram a vendas de terrenos feitas de forma irregular. Isso porque, durante a gestão de Aumeri como prefeito interino, foi aberta uma sindicância para investigar o caso.

"Haviam sido detectadas algumas possíveis irregularidades na questão de terrenos que teriam comprados por algumas pessoas e vendidos para terceiros de forma irregular. Foi determinada sindicância na secretaria e ainda não foi finalizada", disse o secretário.

"A denúncia também chegou ao conhecimento do prefeito Juarez, que estava de licença. Mas, como Aumeri era prefeito interino, determinou a sindicância. O resultado deve sair nos próximos dias", completou o secretário.

Outra polêmica envolvendo recente envolvendo a venda de terrenos do município foi a tentativa de Juarez de alienar de uma área de 256 mil metros quadrados pelo valor de R$ 9,8 milhões.

A Justiça proibiu a venda e a considerou ilegal, pois a área foi usada como cemitério e está contaminada.

De acordo com a promotora de Justiça Audrey Ility, o terreno foi subvalorizado em 19 vezes, e a venda causaria prejuízos ao município da ordem de R$ 170 milhões.