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NOTÍCIA

Poço de Carbono Florestal Peugeot-ONF: Projeto exemplar que contribui para o desenvolvimento sustentável do noroeste de MT

Poço de Carbono Florestal Peugeot-ONF na Amazônia: um acordo com o Fundo Francês para o Meio Ambiente Mundial por uma nova ambição

Data: Segunda-feira, 12/11/2012 00:00
Fonte: por André Silveira
A Peugeot e a ONF Internacional, juntamente com seus parceiros brasileiros e o Fundo Francês para o Meio Ambiente Mundial (FFEM) anunciaram, à margem do 13º Comitê Científico e Técnico do Poço de Carbono Peugeot-ONF – realizado de 5 a 8 de novembro de 2012 na sede do projeto, a Fazenda São Nicolau, no noroeste do Mato Grosso – o lançamento de um vasto programa de desenvolvimento sustentável intitulado PETRA: Plataforma Experimental para a gestão dos Territórios Rurais da Amazônia Legal.
 

Um projeto exemplar que contribui para o desenvolvimento sustentável do noroeste do Estado do Mato Grosso


A Peugeot e o Escritório Nacional das Florestas francês (Office National des Forêts) desenvolvem, desde 1998 no município de Cotriguaçu, no noroeste do Estado do Mato Grosso, um projeto de reflorestamento e de poço de carbono numa área de 10 mil hectares, sendo 1,8 mil hectares de plantios biodiversos realizados em antigas pastagens e 7,2 mil hectares de florestas naturais. Essa realização exemplar permitiu, entre outros:


- plantação de dois milhões de árvores de mais de cinquenta essências nativas;
- criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) em novembro de 2009, junto ao Estado do Mato Grosso, composta por 1.815 hectares de florestas com alto valor biológico;
- certificação dos primeiros créditos de carbono VCS no Brasil (protocolo: Voluntary Carbon Standard), cujos rendimentos são integralmente reinvestidos no projeto.


O projeto PETRA visa imprimir uma nova dinâmica ao projeto, introduzindo uma dimensão de plataforma de recursos, intercâmbios e observações ambientais, sociais e econômicas para a pesquisa e o desenvolvimento sustentável do noroeste do Mato Grosso – que também é uma região piloto e de teste para as políticas públicas brasileiras, permitindo conciliar o crescimento das regiões de fronteira agrícola com a preservação das florestas.


Cooperação bilateral franco-brasileira

O projeto Poço de Carbono Peugeot-ONF desenvolveu um know-how único, derivado de 14 anos de experiências e de numerosas parcerias franco-brasileiras no longo prazo. Ao promover o PETRA, o Fundo Francês para o Meio Ambiente Mundial, um organismo estatal – que contribuirá para o orçamento com dois milhões de euros em quatro anos – desempenha sua missão de “favorecer a proteção do meio ambiente mundial”, em duas de suas dimensões: a biodiversidade e as mudanças climáticas.


O PETRA está claramente inserido na cooperação bilateral franco-brasileira, e mais especialmente na aplicação do acordo sobre a valorização social, econômica e ambiental dos recursos naturais do bioma amazônico, assinado em dezembro de 2008 entre os dois países. Essa plataforma vai associar estreitamente estruturas brasileiras locais, regionais e nacionais nas áreas científicas, técnicas e institucionais.


Uma governança baseada no modelo do Poço de Carbono Peugeot-ONF


A gestão do projeto será realizada por uma instituição brasileira escolhida pelas partes envolvidas: o CPP, Centro de Pesquisa do Pantanal. Apoiado nas instâncias de governança do Poço de Carbono Peugeot-ONF, o PETRA será dotado de um comitê de pilotagem que reunirá os parceiros do projeto e de um Conselho Científico e Técnico franco-brasileiro.


Aplicações concretas no curto prazo

O PETRA compreende cinco componentes. No curto prazo, por exemplo, na área de pesquisas, vai permitir a ampliação do programa de acompanhamento anual financiado por Peugeot e ONF, apoiando pós-graduandos franceses e brasileiros na elaboração de suas teses em áreas de interesse prioritárias para o projeto: silvicultura, biodiversidade, carbono e ciências econômicas e sociais aplicadas. O projeto também vai auxiliar os pequenos produtores locais a desenvolver sistemas agroflorestais adaptados.


Para Jacques Valeix, Engenheiro Geral do Escritório Nacional das Florestas, e Marc Bocqué, responsável pelas Relações Externas Internacionais da Peugeot, “o PETRA constitui uma ferramenta fantástica para prolongar e ampliar o sucesso do Poço de Carbono Florestal Peugeot-ONF, promovendo uma abertura para seu ambiente regional e favorecendo as relações bilaterais franco-brasileiras na área ambiental”.


Marcel Bursztyn, Presidente do Conselho Científico do Poço de Carbono Peugeot-ONF, Diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável e professor da Universidade de Brasília, declarou: “O projeto PETRA é uma excelente oportunidade para a consolidação da experiência do Poço de Carbono Peugeot-ONF e para a difusão e compartilhamento de seus resultados. É uma importante fonte de inspiração para as políticas públicas destinadas a promover a preservação da floresta amazônica”.


Didier Simon, responsável pelas florestas no FFEM, disse: “O FFEM, por meio desse ambicioso projeto, deseja acompanhar as parcerias entre atores brasileiros e franceses, públicos e privados, que constituem o fundamento de uma plataforma de promoção do desenvolvimento sustentável da região do noroeste do Mato Grosso. Essa plataforma deve favorecer: 1. gestão sustentável dos recursos naturais da região graças à melhoria dos sistemas locais de produção; 2. melhor conservação da biodiversidade, mediante a implantação de programas de pesquisa e de infraestruturas de acolhimento de nível universitário; 3. melhoria das condições socioeconômicas das comunidades locais”.


Alguns dados sobre o Poço de Carbono Peugeot-ONF

• Uma importante contribuição no longo prazo

- 10 milhões de euros: o orçamento inicial do projeto, 100% financiado pela Peugeot;
- 400 mil euros: o orçamento anual complementar, co-financiado por Peugeot e ONF (desde 2005), dos quais uma parte significativa para a pesquisa;
- 40 anos: período de duração do projeto (de 1998 a 2038).


• A Fazenda São Nicolau em números

- 1999: data da aquisição da propriedade;
- 10 mil hectares: superfície da fazenda (equivalente à superfície de Paris intra-muros);
- 7,2 mil hectares: área de floresta natural conservada, dois quais 1,8 mil hectares compõem a Reserva Particular do Patrimônio Natural;
- Mil hectares de mata ciliar.


• Um amplo reflorestamento com grande variedade de espécies

- 1,8 mil hectares: área de plantio (duas vezes o bosque de Vincennes, ao lado de Paris);
- 2 milhões de árvores plantadas;
- Biodiversidade: 50 essências plantadas, sendo 49 nativas e uma exótica (a teca, Tectona grandis). As essências nativas que dão melhores resultados são a Figueira Branca (ficus sp.), a Aroeira (Astrium sp.), e a Paneira (Chorisia speciosa).


• Monitoramento do carbono

- 13t CO2/hectare/ano desde 1999, das quais 110.000 t CO2 foram certificadas (protocolo VCS);
- Fonte de financiamento integralmente reinvestida no projeto;
- 5 anos: a periodicidade do balanço completo de carbono da plantação.


• Monitoramento da biodiversidade

- 500 espécies de fauna recenseadas desde 2001, das quais uma em extinção (ex : onça pintada);
- 10 classes de insetos cujas populações foram avaliadas e são monitoradas desde 2001.


• Integração local

- 5 mil alunos de escolas primárias acolhidos no âmbito dos programas de educação ambiental;
- Mais de 150 estudantes, representando uma dezena de instituições diferentes, acolhidos para trabalhos de teses universitárias;
- Cerca de 60 projetos de pesquisa ou estudos técnicos realizados na fazenda;
- Apoio aos empreendedores da região (sistemas agroflorestais para os pequenos agricultores e manejo sustentável das florestas).