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NOTÍCIA

Situação na Gleba Suiá Missú é tensa

Data: Quarta-feira, 07/11/2012 00:00
Fonte: Alessandra Neves, repórter do GD
João Vieira

O secretário-geral da Presidência Gilberto Carvalho estipulou na terça-feira (6) um prazo de 15 dias para reanálise da ação que determinou a retirada centenas de famílias da Gleba Suiá Missú, região do Posto da Mata no Nordeste do Estado. A decisão foi tomada após produtores da região apresentarem documentos, que segundo eles, comprovam erros da Fundação Nacional do Índio (Funai) na demarcação das terras.



O prazo para que os não-índios saiam da região, no entanto, não foi suspenso e forças policiais continuam no local. Situação que tem provocado medo na população, conforme Paulo Vieira Gonçalves, um dos representantes dos posseiros. “Eles tentam intimidar os moradores expondo armamentos de guerra. Além disso, após a chegada do Exército, começou a faltar água na região”, denuncia.



Com a entrega dos documentos e garantia de análise por parte do secretário-geral da Presidência, os produtores acreditam que podem revogar a decisão da Justiça em até uma semana. Uma comissão formada pela Casa Civil da República, Funai, Ministério da Justiça, Auditoria Geral da União e representantes da Associação dos Produtores da Gleba Suiá Missú (Aprosum) foi formada e analisará a ação, considerando a contestação dos posseiros.



O representante dos produtores reforça que o movimento em Brasília, que começou no domingo (4) foi paralisado, mas que caso a desocupação seja mantida, ele será reforçado. “Taremos mais gente para cá”, disse.



Índios da etnia Xavante viviam na região e foram retirados na década de 60. Eles retornaram nos anos 90 após o Governo reconhecer a área como terra indígena tradicional e, de lá para cá, a disputa entre índios e posseiros se estende na Justiça.