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NOTÍCIA

"Tião da Zaeli" renunciou temendo cassação pela Câmara de Vereadores

Data: Quinta-feira, 01/11/2012 00:00
Fonte: Diário

 

O ex-prefeito de Várzea Grande, Tião da Zaeli (PSD), renunciou ao cargo, pois sabia que seria cassado pela Câmara Municipal. Tião havia entrado com um mandado de segurança, com pedido de liminar, citando as “arbitrariedades” cometidas pelo então presidente da Câmara – hoje prefeito – Maninho de Barros (PSD). A pressa em processar Tião causou surpresa até ao juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública de Várzea Grande, Onivaldo Budny, que deferiu o mandado favorável a Zaeli.

 

Em uma decisão assinada no dia 22 de outubro, o magistrado destaca que a Câmara de Várzea Grande é reincidente no “atropelamento” dos princípios de direito e questiona a intenção do Legislativo. “Em relação ao cumprimento de prazos, ao que parece, o Legislativo de Várzea Grande não tem se preocupado o necessário. Aliás, em outubro/2011, este mesmo juízo anulou o ‘ato’ de extinção do cargo do então prefeito, por total e absoluta inobservância de prazos [...]. Agora, em outubro/2012, a mesma ação está sendo colocada em prática, ou seja, atropelam-se os mais comezinhos princípios de direito para definir os rumos da gestão municipal”, escreveu o magistrado. “De duas, uma: ou os dirigentes do Legislativo municipal estão despreparados tecnicamente para gerir o Poder ou estão muito preparados para encurtar caminhos, custe o que custar. No caso da última hipótese, seria profundamente lamentável, porquanto, o Estado Democrático de Direito estaria sendo colocado em último plano”.

 

No dia 19 de outubro, a defesa de Tião, representada pelo advogado Maurício Magalhães, protocolou o mandato porque Maninho teria “atropelado” todos os prazos para que Zaeli pudesse se defender da denúncia do ex-procurador do município, Antônio Carlos Roque, que acusou o social-democrata de não se descompatibilizar de suas empresas para gerir o município, o que é proibido.

 

Roque denunciou no dia 9, Maninho notificou o então prefeito – via Jornal dos Municípios – no dia 17, ou seja, a notificação não aconteceu pessoalmente.

 

Procurado ontem, Tião não foi localizado. Já Maurício Magalhães destacou que, “na Justiça, Tião sabia que iria ganhar. O que ele não queria é que acontecesse como foi com Murilo [Domingos, prefeito cassado], aquela ida e vinda de prefeitos”.