ARIPUANÃ, Sexta-feira, 26/04/2024 -
A Ouvidoria do Tribunal Regional Eleitoral atende hoje e amanhã para receber denúncias de crimes eleitorais praticados nos 141 municípios mato-grossenses. Além do telefone 0800-647- 8191 (ligação gratuita), as denúncias podem ser feitas pelo e-mail [email protected] ou pela página na internet (www.tre-mt.jus.br), onde é disponibilizado um requerimento para o registro das informações.
Nos últimos 3 dias, em média duzentas pessoas entraram em contato com o órgão, diariamente, para relatar práticas abusivas cometidas por candidatos.
O coordenador, Gilson Henrique Carmo, destacou que a maioria dos casos refere-se a compra de votos e uso da máquina pública. Em alguns municípios, segundo as denúncias, candidatos teriam grandes quantias de dinheiro guardadas para distribuir na véspera da votação e, assim, garantir a vitória nas urnas.
Há relatos de que seriam pagos R$ 100 para o voto de vereador e R$ 200 para prefeito. "Outra prática denunciada é o abuso de poder contra servidores, que são ameaçados de demissão e perda de cargos caso não votem num determinado candidato. Isso ocorre quando os postulantes já estão no poder".
Todas as denúncias relacionadas a situações como estas são encaminhadas instantaneamente para as Polícias Federal e Civil, responsáveis pelas investigações de crimes eleitorais em Mato Grosso. Pelo menos 12 equipes de inteligência estão em campo apurando informações, a maioria delas no interior. "Se tiver algo ilícito a pessoa responsável tem que ser presa e punida".
Desde que começou o período de campanha, em julho, a Ouvidoria já recebeu cerca de 3 mil denúncias. A expectativa é que, neste sábado, o volume seja recorde. Isso porque, segundo o coordenador, a véspera sempre é marcada pelo "desespero" de alguns candidatos, que partem para o "tudo ou nada".
Amanhã é esperado um maior número de ligações para delatar a prática de boca de urna. Entre as proibições está a distribuição de santinhos, uso de carros de som, camisetas, dentre várias outras que ainda são registradas.
Carmo reforça que o denunciante deve dar o maior número de detalhes possível sobre a prática delituosa para facilitar a apuração e, nos casos mais graves, o flagrante. Ele lembra ainda que a pessoa não precisa se identificar. "A maioria das pessoas tem medo de revelar o nome, então ela pode ligar ou passar o e-mail que as informações serão mantidas em sigilo. Se preferir não precisa revelar o nome".