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NOTÍCIA

Cemat necessita de R$ 200 milhões para demanda da Copa e dinamismo de cidades

Data: Terça-feira, 11/09/2012 00:00
Fonte: Olhar Direto/ Da Reportagem Local - Jonas da Silva

 

A Cemat Rede requer aporte de investimento de R$ 200 milhões no curto prazo (12 meses) diante da demanda de atividades econômicas relacionadas à Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá e em função do dinamismo econômico em algumas cidades do Baixo Araguaia.



A constatação foi feita pelo interventor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) da empresa, Jaconias de Aguiar, em entrevista à Imprensa nesta segunda-feira para detalhar explicações sobre a nova situação da empresa. O governo federal assumiu a gestão temporária da empresa pelo nível de endividamento de R$ 1,7 bilhão e outras falhas de administração.


"Há necessidade da faixa de investimento de R$ 200 milhões. Eu preciso de R$ 200 milhões no curtíssimo prazo para dar vazão a projetos. Um gerador, tem prazo de entrega e instalação de oito meses. Se demorar muito, vou precisar de três", compara o executivo.



"Em Lucas do Rio Verde, há 15 anos, a carga de energia aumentou de 2,5 MVa (Megavolt Ampére) para 60 MVA. Isso exige demanda de aplicação de recurso", explanou o interventor sobre necessidade energética em Mato Grosso.



"Estou muito preocupado porque tem a série de obras. Temos a questão da Copa, o terminal ferroviário em Rondonópolis. O setor agrícola que surge no Baixo Araguaia, que está explodindo em termos de carga de energia", cita Aguiar outro caso.


Logística e economia



A região Sul de Mato Grosso, liderada pelo município de Rondonópolis, a 212 Km de Cuiabá, já tem três terminais da malha ferroviária, que costuma arrastar outras empresas do segmento de secagem de grãos e de armazenagem. Os terminais estão em Alto Taquari, Alto Araguaia e o mais recente em Itiquira, inaugurado em junho.



No Baixo Araguaia, diversas empresas do agronegócio têm se instalado ao longo da divisa de Mato Grosso e Goiás, onde há pastagens degradadas e que passaram a ser incorporadas à agricultura. Obras de infraestrutura, como pavimentação da rodovia federal BR-158 (que liga Mato Grosso ao Pará) tem criado fluxo de investimentos para a região em cidades como Água Boa, Confresa e Vila Rica.



Cada vez que uma média ou grande empresa se instala, ela demanda energia para suas operações básicas e de tecnologia de informação. Além de arrastar consigo a cadeia de fornecedores e prestadores de serviços, que puxam mais carga energética.



A localidade, no nordeste de Mato Grosso, também será rota da Ferrovia da Integração Centro-Oeste (Fico), que ligará Uruaçu (Goiás) e Lucas do Rio Verde (Mato Grosso) no sentido leste-oeste, como parte da malha que interligará o Estado da Bahia até o Cerrado do Centro-Oeste.



A ferrovia tem recursos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e cortará a Ferrovia Norte-Sul (Goiás-Tocantins e Maranhão), o que permitirá a produção agropecuária do Centro-Oeste ser transportada para os portos do Norte do Brasil, de Itaqui, em São Luís (MA) e Vila do Conde, em Barcarena (PA). A Norte-Sul foi inaugurada em 1996.