Sob vaias, seleção brasileira vence a África do Sul

O Brasil fez sua parte no placar: venceu a África do Sul por 1 a 0, gol de Hulk, no amistoso no estádio do Morumbi, em São Paulo, na sexta-feira feriado do Dia da Independência. Mas não agradou, pois foi alvo de vaias, reclamações e até do pedido de "adeus, Mano, adeus, Mano" durante o jogo.

Tudo isso porque a partida não foi boa. Começou atrasada porque os sul-africanos entraram com uma camisa verde que ficava amarela, na metade, e confundia com a dos brasileiros, para a arbitragem. Assim, atraso de 15min para trocar para o azul. E depois ainda teve Marcelo e David Luiz tendo de trocar mais uma vez, porque suas camisas estavam com a lateral descosturada (além do zagueiro ter de improvisar uma faixa de capitão com esparadrapo).

Difícil apontar quem jogou bem, pois coletivamente o time do técnico Mano Menezes pouco apresentou. Sofreu com a marcação forte dos sul-africanos no primeiro tempo, que recuavam quase todos os seus jogadores (só deixavam um na frente) e marcavam em linha. Assim, Lucas --grande novidade dos titulares--, Oscar, Neymar e Damião pouco pegavam na bola.

A seleção, então, começou a ouvir críticas dos torcedores, incomodados com o desempenho. A TV até mostrou que muitas destas vaias eram puro deboche de quem estava nas arquibancadas do estádio são-paulino. Como os que pediam, desde o começo, a presença de Luis Fabiano no time (por ser jogador do time da casa).

CRÍTICAS

A partir dos 37min do primeiro tempo, e no intervalo, as vaias se intensificavam e apareceram mais vezes, vindas de boa parte do público de 51.538 pessoas (com renda de R$ 3.929.765,00). E se dividiam pelas preferências por clubes --Neymar, por exemplo, foi chamado por parte deles de "pipoqueiro", por se jogar em disputas de bola e não ter jogado bem.

O desafogo dos torcedores e do time brasileiro saiu aos 30min do segundo tempo, quando Hulk fez o gol brasileiro, pegando o rebote em chute de David Luiz, na área, num arremate sem chance de defesa, cravando 1 a 0 no placar. Nos noventa minutos foram poucas as grandes oportunidades de gol, mas o goleiro Kuhne até que trabalhou bastante (e bem).

Do outro lado, a África do Sul assustou em alguns chutes de fora, mas o goleiro Diego Alves fez sua parte e defendeu todas. A pressão da torcida deixou o time brasileiro nervoso, e fez com que o jogo fosse faltoso, e com seis cartões amarelos, fato raro em amistoso ajuda na conta a arbitragem de estilo diferente da brasileira, do argentino Nestor Pistana.

A seleção brasileira, agora, joga na segunda-feira outro amistoso, contra a China, em Recife (onde chega na madrugada de sábado). Com tradição de apoio total à seleção brasileira, a capital pernambucana pode ter uma outra situação para este time.