ARIPUANÃ, Quinta-feira, 18/04/2024 -

NOTÍCIA

EUA: Brasil deve assumir maior parcela no combate ao tráfico de drogas

Data: Domingo, 15/07/2012 00:00
Fonte: Jornal do Brasil

Funcionário de mais alto escalão diplomático dos EUA na Bolívia, John Creamer, encarregado de negócios dos Estados Unidos em La Paz, afirmou que o Brasil deve assumir maior parcela no combate ao tráfico de drogas na América do Sul. Segundo o diplomata, 60% da cocaína boliviana é consumida em terras brasileiras.

 

"Sob o princípio de responsabilidade compartilhada, cabe ao Brasil assumir maior responsabilidade porque é o principal mercado para a cocaína boliviana", afirmou Creamer já ao jornal Página Siete

 

O presidente esquerdista Evo Morales expulsou no fim daquele ano o embaixador americano, acusando-o de apoiar um suposto complô de direita, enquanto Washington respondeu da mesma forma por razões de reciprocidade - razão pela qual Creamer assumiu a responsabilidade diplomática. Creamer, que termina sua missão, sustentou que o Brasil deve assumir um papel maior no combate ao narcotráfico, porque "a maior parte da cocaína viaja rumo ao Brasil, país que afirma que 60% da droga que entra em seu território é da Bolívia".

 

Ele acrescentou que, para os Estados Unidos. "A droga que sai da Bolívia não é um problema, já que menos de 1% das apreensões feitas em meu país são de procedência boliviana. E 95% continuam sendo cocaína proveniente da Colômbia." Segundo dados das Nações Unidas, a Bolívia produz cerca de 115 t de cocaína por ano, enquanto o governo consegue apreender cerca de 29 t, das quais entre 40% e 50% são de procedência peruana.

 

O Brasil considera que 60% da cocaína que sai da Bolívia viaja ao País, 20% é exportada para a Argentina e 20% para o Chile. No caso brasileiro, dos 60%, cerca da metade permanece no País e o restante termina na Europa.

 

O Brasil já começou a se envolver neste ano na luta antidrogas boliviana, com assistência técnica para um plano de monitoramento de cultivos de coca, também com ajuda de Washington. A principal ajuda antidrogas para a Bolívia vinha dos Estados Unidos, embora a ajuda tenha diminuído gradualmente, dos US$ 32 milhões em 2006 aos US$ 10 milhões deste ano. A Bolívia é o terceiro produtor mundial de cocaína, depois de Peru e Colômbia, segundo a ONU.

 

* Com informações da AFP