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NOTÍCIA

Ponte é queimada em protesto de índios e fazendeiros no Araguaia

Data: Quarta-feira, 27/06/2012 00:00
Fonte: Só Notícias (foto: assessoria)

Uma parte do Norte Araguaia está isolada devido o bloqueio feito por posseiros, fazendeiros e índios da etnia Xavante nos municípios de Alto Boa Vista e São Félix do Araguaia. Eles queimaram uma ponte sobre um córrego na BR-080, trancando o trânsito para a região do Xingu. Já a BR-158 foi interrompida com a abertura de uma vala próximo ao Posto da Mata (Alto Boa Vista). As informações foram repassadas pela Polícia Rodoviária Federal no Araguaia.

 

O inspetor Eloi Grison disse, para a Rádio Interativa, que a rodovia estadual MT-433 que liga Serra Nova Dourada com Alto Boa Vista também está interrompida pelos manifestantes. O Norte Araguaia está totalmente isolado do restante do Estado. Os manifestantes querem a emissão de um novo laudo antropológico para a área em conflito, reivindicada pelos Xavantes, mas que é habitada por posseiros e fazendeiros desde a década de 50-60.

 

Os manifestantes pedem a presença do ministro da Justiça, do presidente nacional da OAB, do presidente da Funai para negociar uma solução para o impasse. Eles pretendem resistir para não serem retirados da área.

 

Eles informam que foi ajuizado recurso na decisão do governo federal que declarou a área onde estão como sendo antigo aldeiamento dos Xavantes. A Associação dos Produtores da área Suiá Missu apontam suspeição da perita que esteve demarcando a gigantesca área. A entidade aponta que cerca de 7 mil pessoas vivem na localidade onde "foi edificada a cidade Estrela do Araguaia, antigo Posto da Mata, com dezenas de comércios, escolas, postos de saúde, delegacia de polícia e mais de 200 mil cabeças de bovinos estão inseridas na localidade".

 

As autoridades agora estudam a possibilidade de uma nova rota para que o Norte Araguaia não fique isolado, que poderia ser por Serra Nova Dourada, Novo Santo Antonio (no Rio das Mortes), seguindo para São Félix do Araguaia, e depois, retornando para Canabrava do Norte. Essa via ainda está em estudo, por causa das várias pontes que precisam ser fiscalizadas, para ver se suportam o peso do tráfego de carretas e caminhões.