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NOTÍCIA

Chefe do Ibama afirma que recebe ameaças veladas de grileiros de toras

Data: Segunda-feira, 25/06/2012 00:00
Fonte: De Sinop - Alexandre Alves

O chefe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), regional de Sinop, Evandro Selva, disse estar recebendo ameaças veladas por parte de grileiros de toras, depois de a autarquia ambiental apertar o cerco contra a extração ilegal de toras na região Norte de Mato Grosso.

 

Segundo Evandro, ele recebeu um recado ameaçador nos últimos dias. “Mandaram me dizer que o Selva não perde por esperar”, falou à TV Centro América.

 

Nos últimos dias, o Ibama de Sinop tem feito constantes fiscalizações na região de Cláudia e União do Sul, coibindo a retirada ilegal de madeira da floresta. Um dos locais fiscalizados é a reserva de uma fazenda que foi invadida por trabalhadores sem terra há seis anos.

 

Agentes do Ibama, em parceria com a TV Centro América, usaram de tecnologia para descobrir quais madeireiras compravam toras retiradas de forma ilegal da área em União do Sul. Devido a várias denúncias de grilagem de toras, eles foram até a mata, há alguns dias, e colocaram chips em árvores.

 

Na semana passada, os agentes ambientais voltaram ao município e perceberam que as árvores haviam sido retiradas do local. Então foram até o distrito industrial da cidade e começaram a percorrer os pátios das serrarias. Em uma delas, os aparelhos captaram sinal dos chips nas toras estocadas e o madeireiro receptador foi descoberto.

 

O proprietário não se encontrava na serraria – provavelmente havia sido avisado por alguém. O Ibama lacrou a madeireira e confiscou a madeira que havia no local. Uma multa também foi aplicada ao empresário, que ainda poderá responder por crime ambiental.

 

O esquema da grilagem

 

Segundo as informações apuradas pelo Ibama, tratores e caminhões trabalhavam à noite e durante os finais de semana para não serem flagrados pela fiscalização. As toras ilegais eram “esquentadas” com documentação de planos de manejo florestal de outras localidades. Assim, as madeireiras conseguiam serrar as toras e emitir Guia Florestal para transporte até as regiões Sul e Sudeste do país.

 

Um homem conhecido como “CBR” é o principal suspeito de chefiar o esquema de retirada ilegal de toras da reserva da fazenda invadida. Mas ele nega a acusação.

 

“Se estão falando que sou eu que tiro a madeira, então que provem”, falou.