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NOTÍCIA

Juína: Vendedor de espetos é retirado pela prefeitura e causa revolta

Data: Sexta-feira, 27/04/2012 00:00
Fonte: Ivan Pereira, JNMT

Mais uma vez a postura da prefeitura de Juína em retirar um trabalhador de um determinado lugar, causa constrangimento e revolta. Sebastião Godofen, popular Tião do espeto, há mais de 10 anos trabalha no ramo nas proximidades da Praça da Bíblia. “Isso aqui é o meu ganha pão há muito tempo e eu não atrapalho ninguém aqui” – contou.

 

Nesta semana Tião foi surpreendido por funcionários da prefeitura que foram ao local para fazer sua retirada. “Minha reclamação não é porque me tirou, mas porque só eu? Não posso trabalhar na calçada e em lugar nenhum, mas outros aí podem, tem um monte de gente aí nas calçadas” – indagou.

 

O vendedor ficou mais revoltado ao saber que a decisão, segundo ele, partiu do próprio prefeito que ele afirma ter apoiado nas eleições. “Eu falei com o prefeito, mas não adiantou. Eu sempre votei nesse prefeito que está aí e nunca precisei de ajuda deles, mas agora que eu preciso, fui falar com ele que simplesmente disse que eu não poderia trabalhar na praça” – lamentou.

 

Atualmente dezenas de ‘espeteiros’ trabalham normalmente em vários bairros da cidade, alguns ocupando claramente espaços públicos. “Eu quero ver se eles vão também tirar todos os ‘espeteiros’ da rua, já que eu não posso trabalhar os outros também não podem, os direitos são iguais” – cobrou.

 

A reportagem tentou por diversas vezes contato com o prefeito e seus secretários, porém sem êxito.

 

Em janeiro de 2010, aconteceu outro caso parecido. O vendedor de coco Bruno Daltoé foi retirado com a presença de policiais do Centro de Eventos, onde vendia água de coco para os desportistas. Na época, o trailer dele foi levado pela prefeitura para a secretaria de obras. Hoje, Bruno continua vendendo água de coco em uma área particular.

 

Na época, o secretário de Planejamento Luís Braz de Lima contou à reportagem que no Centro de Eventos não poderia se instalar nenhum tipo de barraca porque o executivo iria colocar em prática um projeto. “A gente não quer criar um problema mais sério no futuro, porque nós temos um projeto para esse espaço aqui e tornar aqui um dos lugares mais bonitos da cidade” disse.

 

Mas quem passa hoje pelo local, dois anos após o episódio, vai ver que nada foi feito.