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"Tem secretário muito ruim, que não faz nada, só reclama"

Deputado Riva diz que PSD não quer cargos e volta a defender reforma administrativa

Data: Quinta-feira, 26/04/2012 00:00
Fonte: Midia News/ RAMON MONTEAGUDO

O presidente da Assembléia Legislativa, deputado José Riva (PSD), voltou a criticar hoje (25) a postura do governador Silval Barbosa (PMDB) em relação à questão administrativa do Estado. Segundo Riva, Mato Grosso vive uma situação "preocupante" em vários aspectos, sobretudo o econômico, que só terá saída se houver disposição para uma reforma administrativa.



“Muitos falam que o PSD quer assumir a Secretaria de Transportes e Pavimentação... Mas, repito: só vamos assumir cargos se houver uma discussão maior, uma readequação em relação aos problemas administrativos. Hoje o governo investe muito pouco em melhorias sociais; está muito engessado”, disse, durante um almoço com a imprensa.



Enfático, Riva criticou a falta de comprometimento de parte do secretariado de Silval.


“Não vou citar nomes, mas tem secretário que não faz nada, só reclama que não manda, que não tem autonomia, que o quinto escalão tem mais poder que ele. Oras, tem que falar isso pro governador, tem que resolver com ele, e não ficar reclamando nas ruas. Então, falta entrosamento na equipe do Sival, tem secretários muito ruins, desestimulados”, disse.



Longe das bases



Segundo Riva, o governo também está distante das bases que o elegeram, sobretudo em relação aos municípios do interior.



“Eu cobro isso há tempos, mas infelizmente não funcionou. O governador precisa repactuar, ir dialogar com as bases, explicar porque prometeu obras e não consegue realizar. Tem que dar satisfação. Falar, olha, eu prometi asfalto em Aripuanã, mas a situação econômica do Estado é diferente da que eu imaginava, não dá para fazer. Então, precisa apresentar alternativas. Por exemplo, numa situação dessas ele poderia fazer uma parceria, doar diesel para os poderes locais, junto com a sociedade organizada, arrumar as estradas. É um exemplo”, afirmou.



Riva reiterou que, apesar de o PSD não fazer parte da base de sustentação política, tem se empenhado para dar um novo rumo ao Estado.



“Eu sou parceiro do governo. Eu quero ajudar. Não tem esse negócio de correr porque a situação está ruim. Precisamos fazer o governo dar certo, e não é por questões políticas. É porque a sociedade está precisando desse respaldo”, afirmou.



Coragem



Questionado se faltaria “coragem” a Silval para adotar as medidas que ele julga necessárias, Riva disse: “Não é essa a questão, de ter coragem ou não. É um conjunto de situações, os partidos têm que ter desprendimento, conversar com o governo, abrir mão de cargos, se necessário. Precisam ajudar na condução de uma reforma administrativa. Falo isso em relação a todos os partidos, o PSD, o PR, o PP, o PMDB, todos”.



Ele considerou que as dificuldades atuais enfrentadas pelo Estado não são culpa do governo Silval.



“Não podemos jogar nos ombros dele esse problema que assola Mato Grosso. Esse estrangulamento vem de décadas, da falta de planejamento público dos últimos governos. A economia de Mato Grosso cresceu 10%, a índices chineses... Mas ninguém se preocupou em fazer as escolas, os leitos hospitalares e os empregos crescerem 10% ao ano”, disse.



Atitude



Em sua avaliação, o governador Silval Barbosa “insistirá no erro” se não tiver “atitude e enfrentar o problema”.



“Tem que enfrentar. Tem que mostrar para a sociedade que o governo está fazendo a parte dele, reduzindo o custo da atividade meio para poder investir mais na ponta, no cidadão. Hoje, o custo da atividade administrativa é altíssimo. A folha de pagamento do setor da saúde é de R$ 426 milhões. O cidadão está pagando imposto para o Estado pagar folha de funcionários. Isso quer dizer uma coisa: zero de investimento”, afirmou.



Ele citou, como medida que poderia ser adotada por Silva, a extinção e a fusão de secretarias. "Fez sentido ter extinguido a Secretaria de Infraestrutura e criado a Secretaria de Cidades e a de Transporte e Pavimentação? Faz sentido a Secretaria de Esportes não fazer parte do processo da Copa do Pantnal", questionou.



“Então tem que fazer a reforma. Não somos donos da verdade, mas quero ver alguém provar que estamos errados. Essa é a posição do PSD”, disse.