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NOTÍCIA

Delta deixa de colocar recursos em reforma do Maracanã

Data: Sábado, 21/04/2012 00:00
Fonte: FOLHA DE SP/ CLAUDIA ANTUNES DO RIO

A construtora Delta, que segundo investigação da Polícia Federal tem ligação com o empresário Carlos Cachoeira, parou de fazer contribuições ao consórcio encarregado de reformar o Maracanã para os jogos do Copa do Mundo de 2014.

 

Segundo a Folha apurou, nos últimos dias a empresa deixou de aportar cerca de R$ 7 milhões para pagar fornecedores, alegando problemas no seu fluxo de caixa.

 

 

Está sendo negociado o acerto financeiro para a saída da Delta do consórcio, formado com a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. O acerto só deve ser concluído depois que forem fechadas as despesas deste mês.

 

Empreiteiras contratadas para obras públicas são pagas em geral 60 dias depois da conclusão de cada fase do serviço. Antes de receberem, têm que tocar o trabalho com meios próprios.

 

Na reforma do Maracanã, de R$ 860 milhões, o consórcio já recebeu do Estado cerca R$ 320 milhões. Teria agora que entrar com R$ 45 milhões por mês para entregar o serviço no prazo combinado, fevereiro de 2013.

 

A Delta tem 30% na sociedade, e teria que contribuir com R$ 13,5 milhões mensais, em média. A Odebrecht, maior acionista, tem 49%, e a Andrade Gutierrez, 21%.

 

O presidente da Delta, Fernando Cavendish, disse à Folha nesta semana que poderia quebrar, já que o foco na empresa levaria governos e bancos a sustarem pagamentos e créditos.

 

O Consórcio Maracanã Rio 2014 e as três construtoras não quiseram se manifestar oficialmente sobre o caso. A Secretaria de Obras do Estado, responsável pelo contrato, disse não ter recebido comunicado sobre a saída da Delta da reforma.

 

A Delta já teve problemas na construção do estádio do Engenhão no Rio, inaugurado em 2007. Contratada para a primeira fase da obra pelo então prefeito Cesar Maia (DEM), a empresa acabou não fazendo a articulação entre as paredes e a cobertura do estádio, esta encomendada a um consórcio da OAS com a Odebrechet.

 

Maia disse à Folha que o consórcio alegou que a Delta não tinha a tecnologia para fazer a articulação, muito sofisticada. Segundo o ex-prefeito, a Delta se ofereceu para terceirizar o trabalho, mas ele preferiu não arriscar.

 

"A decisão foi entregar ao consórcio aquela parte de articulação. A Delta reclamou muito, mas saiu. O que fez, fez bem. O que não fez foi decisão da prefeitura", disse