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NOTÍCIA

Dois brasileiros concorrem ao principal prêmio da literatura infantil

Data: Sábado, 17/03/2012 00:00
Fonte: GABRIELA ROMEU/ FOLHA DE SP

A literatura infantil está em clima de Copa. Nesta segunda, ocorre, na feira literária de Bolonha (Itália), a entrega do prêmio Hans Christian Andersen, espécie de Nobel dos livros para crianças. O Brasil tem dois nomes na disputa: Bartolomeu Campos de Queirós (1944-2012) e Roger Mello.

 

Ilustração de "As Patas da Vaca", de Bartolomeu Campos de Queirós
Ilustração de "As Patas da Vaca", de Bartolomeu Queirós

 

Nessa premiação, feita de dois em dois anos, ganham um escritor e um ilustrador. Se um dos brasileiros vencer, o Brasil vira tricampeão das letras. A primeira a receber o Andersen foi Lygia Bojunga, em 1982, por livros como "Os Colegas" e "A Bolsa Amarela". A segunda, em 2000, foi Ana Maria Machado, autora, entre outros, de "Bisa Bia, Bisa Bel" e "Raul da Ferrugem Azul".

 

Ziraldo, Ruth Rocha, Angela-Lago, Nelson Cruz e Marilda Castanha são outros brasileiros já indicados.

 

Bartolomeu está na categoria de escritor e Roger, de ilustrador. Há autores de 32 países, como Japão, Dinamarca, Turquia e Estados Unidos.

 

Elisabeth Serra, secretária-geral da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil), conta que a literatura brasileira está bem na premiação. A FNLIJ é responsável por indicar os brasileiros ao Andersen. "O texto dos nossos autores tem forte originalidade. Falamos de temas difíceis, como morte e abandono, sempre com uma escrita artística", diz.

 

Uma das dez juradas do prêmio é Regina Zilberman, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Após analisar obras de todos os indicados, diz chamar a atenção a preocupação com temas polêmicos, como guerra e ambiente.

 

Autor do Patinho Feio dá nome à premiação.

Divulgação
Desenho do livro "A Flor do Lado de Lá", de Roger Mello
Desenho do livro "A Flor do Lado de Lá", de Roger Mello

 

O dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875), que dá nome ao principal prêmio para autores de livros infantis, não é só o criador de histórias como a do Patinho Feio, da Pequena Sereia e do Soldadinho de Chumbo --o que já não seria pouca coisa. Ele é considerado o "pai" da literatura para crianças. Sua data de nascimento, 2 de abril, virou o Dia do Livro Infantil.

 

O prêmio Andersen foi criado pela Ibby, organização sem fins lucrativos cuja idealizadora foi a jornalista alemã Jella Lepman (1891-1970), após a Segunda Guerra Mundial. Ela fez a Biblioteca Internacional da Juventude de Munique, a maior biblioteca infantil do mundo, instalada num castelo.