Nos últimos três anos, a F-1 se acostumou com um cenário: um time dominante e os outros correndo atrás para tentar minimizar o prejuízo.
A partir de hoje, com os primeiros treinos livres para o GP da Austrália, prova que inaugura o Mundial de 2012, as equipes esperam encontrar um panorama diferente.
Graças à estabilidade no regulamento técnico da categoria, cuja principal alteração foi a proibição dos escapamentos aerodinâmicos, que davam mais estabilidade para os carros, pilotos e dirigentes vislumbram um campeonato mais equilibrado.
"A má notícia é que nós não parecemos estar dominantes. Mas a boa é que ninguém mais parece", disse Martin Whitmarsh, chefe da McLaren, equipe que passou a temporada passada tentando diminuir a desvantagem para a Red Bull terminou o ano com metade das vitórias da adversária: seis contra 12.
Nos últimos anos, uma série de mudanças que foram do fim do reabastecimento, passando pelo retorno dos pneus slick até a introdução das asas móveis e do Kers, fizeram com que as escuderias tivessem que se adaptar rapidamente às novas regras.
Estas modificações acabaram favorecendo as equipes mais ricas ou aquelas com maior capacidade técnica, como é o caso da Red Bull, que conta com os serviços de Adrian Newey, o melhor projetista da F-1 atualmente.
Para Christian Horner, chefe do time que nos últimos dois anos dominou a categoria e ficou com os quatro títulos em disputa (dois de construtores e dois de pilotos, com Sebastian Vettel), a briga entre as grandes deve aumentar.
"Acho que serão os quatro suspeitos de sempre", brincou o chefe da Red Bull. "Não será surpresa ver a McLaren andando mais perto de nós. Não podemos nunca descartar a Ferrari e a Mercedes também parece estar mais forte."
Se na ponta a disputa promete ficar mais apertada apesar dos mesmos protagonistas, no pelotão intermediário a expectativa é grande para saber quem comporá o bloco.
Lotus, ex-Renault, Force India e Sauber são algumas das que deram mostras durante a pré-temporada de que podem começar o campeonato mais perto das grandes.
"Nós certamente acreditamos que este Mundial será bem mais apertado do que o passado e esperamos entrar nesta disputa", declarou Eric Boullier, chefe da Lotus, que promoveu o retorno de Kimi Raikkonen à F-1 após duas temporadas afastado. "O objetivo é que a nossa performance nos coloque entre os times de ponta neste ano."
No final do grid também há quem acredite que agora vai conseguir mudar de patamar.
"Até o ano passado estávamos confortavelmente à frente dos dois times que estrearam com a gente em 2010 e um pouco atrás dos times da frente", disse Tony Fernandes, chefe da Caterham, ex-Lotus. "Agora chegou a nossa hora de ocupar um posto no pelotão intermediário."
NA TV
Treinos livres para o GP da Austrália
22h30 e 2h30 Sportv