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Governador de Roraima deve decretar calamidade na Saúde após conflitos na Venezuela

Desde a sexta (22), hospitais do estado recebem vítimas de conflitos em cidades venezuelanas. Pacientes ingressam no país por Pacaraima e são transferidos a Boa Vista.

Data: Segunda-feira, 25/02/2019 10:38
Fonte: Por Pedro Barbosa, G1 RR
Foto: Pedro Barbosa/G1 RR

O governador Antônio Denarium (PSL) informou neste domingo (24) que deve decretar calamidade na Saúde em razão do número de feridos venezuelanos que têm chegado aos hospitais do estado. "Não há mais espaço para anteder essas vítimas", afirmou em coletiva de imprensa.

O decreto de calamidade deve ser publicado no Diário Oficial do Estado desta segunda-feira (25), anunciou Denarium nesta manhã no Palácio Senador Hélio Campos, em Boa Vista, sede do governo estadual.

Com a medida, o governo pretende contratar, sem licitação, leitos e medicamentos para suprir a demanda.

O governador pontuou que o Hospital Geral de Roraima (HGR), maior hospital do estado, atendeu 18 vítimas venezuelanas. Um deles já recebeu alta e os demais seguem internados.

O HGR é o único no estado que tem estrutura para fazer cirurgias complexas, como operações para retirada de projéteis. Em Pacaraima, no Hospital Délio Tupinambá, único na região, pacientes baleados têm entrado em estado grave e o "cenário é de guerra".

“O hospital de Pacaraima só realiza atendimentos de primeiros socorros. As vítimas são mandadas para ele, consultadas para ver se são feridas que podem ser sanadas na hora e, caso não seja, são encaminhadas para Boa Vista. Não há mais espaço na capital.ão temos como receber mais ninguém, e precisamos de leitos urgentes”, informou.

Antônio Denarium e seu vice, Frutuoso Lins, explicam necessidade de novos leitos, mesmo que sejam privados — Foto: Pedro Barbosa/G1 RR

Antônio Denarium e seu vice, Frutuoso Lins, explicam necessidade de novos leitos, mesmo que sejam privados — Foto: Pedro Barbosa/G1 RR

 

De acordo com o vice-governador, que é médico, Frutuoso Lins, além dos leitos, irá surgir a necessidade de reforçar medicamentos e insumos básicos nos próximos dias. O HGR já registrava falta de materiais básicos há meses, e está com as cirurgias eletivas suspensas por determinação do Conselho Regional de Medicina (CRM).

“Se necessário, precisaremos adquirir leitos de hospitais privados. Após isso, o foco é o reforço nos materiais básicos e medicamentos, pois mesmo que haja materiais chegando, eles podem acabar em poucos dias dependendo dos conflitos em Santa Elena”, explicou.

Ao todo, segundo Denarium, são 12 ambulâncias trabalhando para o atendimentos de feridos, com cinco apenas para realizar o translado de pacientes para Boa Vista, além de reforço na equipe de atendimentos do Hospital de Pacaraima e um formação de uma equipe de prontidão voltada para atender os feridos em confrontos.

“Estamos dialogando com o Governo Federal para ver se, dependendo dos conflitos que poderão haver daqui para frente, medicamentos que possam suprir a demanda atual sejam mandados de Brasília para Roraima, durante o período de contratação emergencial de mais insumos”, concluiu o governador.