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NOTÍCIA

Empresas fantasmas de advocacia, informática e transportes eram usadas para desvio de R$ 28 milhões

Data: Segunda-feira, 27/08/2018 16:38
Fonte: Olhar Direto

Empresas fantasmas de advocacia, informática e transportes eram usadas para desvio de R$ 28 milhões

 

A Operação Etanol, deflagrada pela Polícia Civil nesta última semana, apontou que ao menos 21 empresas fantasmas foram criadas para o desvio de dinheiro da cooperativa Coprodia, em Campo Novo do Parecis (354 quilômetros de Cuiabá). A associação criminosa criou empresas de advocacia, informática, transportes e até de consultoria e cursos.

O delegado Adil Pinheiro de Paula, que conduz às investigações,  afirmou que quando as equipes da Polícia Civil se deslocaram até as supostas empresas, ficou comprovado que elas não existiam. “Mesmo assim, muitas delas continuavam emitindo notas fiscais contra a cooperativa. A gente pesquisou e viu que empresas que movimentam três, quatro milhões por anos, não tinham um único funcionário registrado. Tinha só a empresa aberta e essa movimentação de nota fiscal”, disse. 
 
Ele também revelou que o endereço citado por uma das empresas, na verdade se tratava de um salão de beleza. “Chegando ao local, era um salão de beleza. Não tinha nada haver com o ramo especificado. Perguntado para a dona do salão de beleza, ela desconhece qualquer dos sócios da empresa. Esse é um exemplo, mas em todo Brasil onde as buscas foram cumpridas, a maior parte das empresas sequer existiu, ou se existiu estão fechadas há anos. Mesmo assim, muitas delas continuavam emitindo notas fiscais contra a cooperativa”, disse.
 
Segundo ele, “os mandados de buscas tinham basicamente dois objetivos. Primeiro, apreender documentação de movimentação financeira e contábil das empresas de fachada. O segundo, que eu julguei até mais importante, é comprovar que essas empresas eram de fachadas”.
 
Alguns dos investigados têm mais de um domicílio e serão notificados nas cidades ou estados que forem encontrados. Outros endereços (residências e empresas fantasma) serão alvos de busca e apreensão de materiais comprobatórios à investigação.
 
Em Mato Grosso são cumpridos mandados de prisão e buscas nas cidades de Cuiabá (12), Várzea Grande (1), Araputanga (3), Campo Novo dos Parecis (7), Tangará da Serra (5), Santo Antônio do Leverger(1), Sapezal (2), Sinop (1), Porto Espiridião (2) Primavera do Leste (3) e Jaciara (1).
 
No Estado de Goiás, dois mandados de busca e apreensão são cumpridos em Goiânia. No Paraná serão realizadas buscas nas cidades de Ponta Grossa (2) e Tibagi (1). Em São Paulo os endereços estão localizados nas cidades de Marília (1), Ribeirão Preto (1), Mogi Mirim (1)  e São Paulo (6). Em Minas Gerais serão duas buscas nas cidades de Itauiutuba (1) e Juiz de Fora (1). No Estado de Rondônia será cumprido um mandado de busca na cidade de Cacoal.
 
A 1ª fase da operação foi deflagrada em julho de 2017, em cumprimento de decisão judicial da 2ª Vara da Comarca de Campo Novo do Parecis, com parecer positivo do Ministério Público, para bloqueio dos bens de Nivaldo Francisco Rodrigues, apontado como um dos chefes do esquema criminoso. Foram bloqueados 15 imóveis em Campo Novo dos Parecis, 7 bens localizados em Juína, Cuiabá e Paraná, além de recursos financeiros, automóveis e gado, demonstrando o enriquecimento ilícito do suspeito.

O advogado Eduardo Mahon, que representa o ex-gerente financeiro da empresa, Junio José Graciano, informou - em nota à imprensa - que seu cliente não tem qualquer envolvimento com desfalques e, em juízo, auxiliará as autoridades a descobrirem os verdadeiros responsáveis por irregularidades administrativas: "Estamos à disposição do Poder Judiciário e, de antemão, não daremos mais quaisquer declarações até obtermos cópia integral da decisão cautelar emanada do juízo de Campo Novo".
 
Operação

A 1ª fase da operação foi deflagrada em julho de 2017, em cumprimento de decisão judicial da 2ª Vara da Comarca de Campo Novo do Parecis, com parecer positivo do Ministério Público, para bloqueio dos bens de Nivaldo Francisco Rodrigues, apontado como um dos chefes do esquema criminoso. Foram bloqueados 15 imóveis em Campo Novo dos Parecis, 7 bens localizados em Juína, Cuiabá e Paraná, além de recursos financeiros, automóveis e gado, demonstrando o enriquecimento ilícito do suspeito.