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NOTÍCIA

Médico psiquiatra aborda sobre suicídios em Juína

Data: Sexta-feira, 02/03/2018 17:03
Fonte: Juína News

O médico pós graduado em psiquiatra, Dr. Rodrigo B. Prata, em entrevista ao Juína News, falou sobre o crescente número de casos de suicídio e a importância da família ao lado do paciente com algum tipo ou indicio de transtorno mental.

Segundo o médico, o suicídio é dividido em três etapas: pensamento, planejamento e tentativa. De cada 100 pessoas no Brasil, 17 tem pensamento suicida, 5 planejam a ação e uma chega a vias de fato tentando o suicídio. Por ano no país, são aproximadamente 11 mil mortes por suicídio.

“Em Juína foram dois casos nesta semana, duas vidas que a gente percebe que foram abreviadas, muito jovens e com uma vida produtiva ai pela frente. Eu não tenho dúvidas que esses casos de suicídio possam ser minimizados, existem providências no campo da medicina que podem ser tomadas, a gente pode tratar esses pacientes.” – observou o médico.

O suicídio não se trata de uma doença, portanto, o ato pode ser cometido desde pessoas que tenham transtornos mentais, até aquelas que nunca apresentaram indícios dessas doenças.

“Agora para tratar, a gente precisa enxergar eles, ver o indivíduo que sofre, que esteja passando por uma depressão, transtorno psiquiátrico e que precisam de ajuda. Isso depende de uma série de fatores, de o indivíduo pedir ajuda e também de uma busca do CAPS. A sociedade também precisa nos ajudar a divulgar esses casos, fazemos inclusive um apelo à população, as famílias, aos amigos, as pessoas que convivem de perto com outras pessoas que percebem que estão com esse tipo de transtorno, deprimidas, com discurso mais pessimista, com discurso que leva a pensar que possa haver um risco de suicídio, que esses casos sejam encaminhados para um profissional para que possa ser cuidado desses pacientes.” – alertou.

Qualquer indivíduo está susceptível a tentar contra a própria vida. É importante observarmos os sinais de alarme que podem indicar o ato ou o planejamento suicida, e eles podem ser vários como, por exemplo, sentimentos de inferioridade, vontade de desaparecer ou "ir para longe", ameaças de que irá se matar, isolamento social, abuso de substâncias (álcool, drogas lícitas ou ilícitas), entre outros.

“O indivíduo quando eles está deprimido, fica claro para quem convive com ele. Ele se isola, começa a ficar pessimista, começa a ter um comportamento de evitar as pessoas, um comportamento de perca da esperança, do prazer com as coisas e muitas vez ele fala que quer se matar. Precisamos estar muito atentos a isso, pois é um pedido de socorro.” – explicou.

É justamente por causa desta realidade que a prevenção é importante. A faixa mais afetada por esse problema é entre 20 a 40 anos, de acordo com o psiquiatra, o apoio da família é fundamental.

Em Juína, a rede de atendimento à saúde mental é formada pelo Caps, as unidade básicas de saúde, a UPA 24 Horas (Unidade de Pronto Atendimento) e o SAMU (Serviço Móvel de Urgência).