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NOTÍCIA

Maggi justifica que "a vida é curta" e está cansado da política

Ministro anunciou decisão durante coletiva de imprensa, na AMM, na manhã desta segunda-feira (26)

Data: Segunda-feira, 26/02/2018 13:34
Fonte: MÍDIA NEWS/ DOUGLAS TRIELLI E CAMILA RIBEIRO
 

Alair Ribeiro/MidiaNews

 

O ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi

 

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), anunciou oficialmente, na manhã desta segunda-feira (26), que não vai disputar a reeleição ao cargo de senador nas eleições deste ano. 

Em coletiva na sede da AMM (Associação Mato-grossense dos Municípios), em Cuiabá, Maggi afirmou que já tinha tomado a decisão há algum tempo e que decidiu fazer o anúncio agora por entender que poderia estar “travando” as conversações em torno do processo político em Mato Grosso.

“Há algum tempo venho amadurecendo essa situação. A grande maioria dos companheiros sabia dessa minha posição. E chegou hora de definição, do anúncio oficial”, afirmou o ministro.

Com toda tranquilidade achei que é chegada a hora de fazer esse comunicado para dizer que eu, Blairo Maggi, não vou participar do pleito eleitoral em 2018

"Por que tem que ser hoje? Pois entendo que o quadro político de Mato Grosso, embora eu não participe das discussões, meu nome acaba ficando ancorado nesse processo. Percebo que enquanto eu não tomar decisão, muitas coisas não se definem”, disse Maggi.

Durante a coletiva, o ministro afirmou que, nos últimos meses, tem recebido uma série de convites de políticos que querem debater o processo eleitoral deste ano. 

“Como já havia tomado a decisão de não participar do pleito de 2018, achei por bem comunicar essa decisão a todos que estão interessados na política, seja os partidos ou as pessoas que querem disputar”, disse.

“Com toda tranquilidade achei que é chegada a hora de fazer esse comunicado para dizer que eu, Blairo Maggi, não vou participar do pleito eleitoral em 2018. O que não significa que estou abandonando a política”, afirmou.

“Decisão não é intempestiva”

O ministro reconheceu que, em outros anos, chegou a anunciar que não participaria das eleições e acabou mudando de ideia.

Desta vez, no entanto, ele afirma que não pretende voltar atrás.

“Reconheço que voltei atrás outras vezes, mas desta vez não. Minha decisão não é intempestiva. Faz tempo que estou avaliando”, disse.

Não quero nem participar das discussões de quem vai ser ou não candidato. Não vou declarar apoio a nenhum. Eu sou cidadão e vou votar. Mas não quero estar nas discussões de quem será candidato

“Todas as vezes em que fui candidato tinha vontade de não ter ido, mas teve a situação política que me colocou candidato. Desta vez, não pretendo voltar atrás”.

“Sem palanque” 

Maggi disse também que não fará campanha para nenhum candidato neste ano.

Segundo ele, a decisão de não sair à reeleição representa também sua ausência no processo eleitoral.

“Não quero nem participar das discussões de quem vai ser ou não candidato. Não vou declarar apoio a nenhum. Eu sou cidadão e vou votar, mas não quero estar nas discussões de quem será candidato”, afirmou.

“Como não vou disputar, não me sinto à vontade de estar dentro discutindo quem será candidato”.

“Nunca mais só a morte”

Maggi fez questão de deixar claro que o anúncio feito na manhã de hoje vale apenas para o próximo pleito eleitoral.

“Eu disse claramente que estou abrindo mão da minha candidatura em 2018. Não para sempre. Faço esse anúncio agora para que meus amigos e até meus adversários ‘coloquem o carro para andar’”, afirmou.

“Nunca mais só a morte”, respondeu ele, ao ser questionado sobre uma eventual disputa em 2022. 

Conversa com Temer

Na coletiva, Maggi afirmou ainda que já havia conversado sobre seu futuro político, em algumas ocasiões, com o presidente Michel Temer (MDB).

Segundo ele, Temer já afirmou, mais de uma vez, que pretende mantê-lo à frente do Ministério da Agricultura, para o qual ele foi nomeado há quase dois anos.

Estou com 61. Se eleito ao Senado, terminaria o mandato com 71. E não sei se terei a felicidade de estar com saúde. Quero um pouco de tranquilidade e acho que posso fazer isso agora

“Há um ano falei ao presidente que talvez não disputasse a eleição e ele disse que era muito bom que eu ficasse no Ministério. Essa semana, ao tomar a decisão, procurei o presidente para dizer efetivamente que não estarei no pleito”, disse. 

“O cargo é dele. Ele obviamente pode fazer as substituições que forem necessárias. Ele me convidou para ficar, para continuar. Mas é bom deixar claro que deixei o presidente bem à vontade para tomar a decisão que entender que tem que tomar”.

“Hora de voltar pra casa”

Segundo o ministro, os motivos que o levaram a tomar a decisão de não disputar à reeleição são de caráter estritamente pessoal. 

Ele afirmou que está cansado da política e que, há algum tempo, não tem conseguido fazer aquilo que quer.

“Você não tem agenda própria. Não consigo fazer o que eu quero. A decisão é puramente pessoal. É chegada a hora de voltar pra casa e viver a vida”, disse ele.

“A vida é muito rápida. Estou com 61. Se eleito ao Senado, terminaria o mandato com 71. E não sei se terei a felicidade de estar com saúde. Quero um pouco de tranquilidade e acho que posso fazer isso agora”.