A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia, criticou, em encontro com presidentes dos Tribunais de Justiça (TJs) a falta de transparência dos magistrados em relação a divulgação de dados e informações sobre a remuneração de juízes e desembargadores de todo o Brasil. “Eu preciso desses dados para mostrar que nem todo ‘extrateto’ é uma ilegalidade. Não compactuamos com ilegalidades. Sem isso fica difícil de defender”, disse a ministra.
Segundo a juíza, os tribunais não estão cumprindo a ordem de divulgar informações completas sobre o salário dos magistrados. Apenas 7 dos 27 Tribunais de Justiça entregaram, até às 18 horas desta segunda-feira, os dados exigidos ao Conselho Nacional De Justiça (CNJ). “Eu entreguei a todos uma planilha no dia 20 de outubro. Até hoje [segunda], dia 4 de dezembro, não recebi as informações de novembro e dezembro”, disse a ministra.
De acordo com Cármen Lúcia, alguns tribunais tentaram dificultar o acesso aos dados de remuneração. Ela afirma que testou pessoalmente alguns sites das cortes para testar o nível de transparência e disse ter ficado “horrorizada” quando teve que passar por pelo menos 18 “cliques” para conseguir encontrar a lista com as informações. Desde a semana passada o CNJ tem disponibilizado uma lista de salários e benefícios recebidos por juízes e desembargadores.