A Rocinha teve mais um dia de conflitos neste sábado (28). Foram registrados novos tiroteios na comunidade da Zona Sul do Rio e um protesto de mototaxistas acabou em confronto com a PM. Os policiais usaram bombas de gás lacrimogênio para dispersar os manifestantes.
Os motoqueiros fecharam a Autoestrada Lagoa-Barra após um deles ter sido baleado na manhã deste sábado em mais um tiroteio na comunidade, que vive em guerra há mais de um mês.
Segundo a Polícia Militar, dois mototaxistas sofreram um acidente na localidade do Laborioux, "quando tentavam fugir por não obedecerem a ordem de parada de policias do BPChq". Eles foram levados para o Hospital Miguel Couto, no Leblon. A Secretaria Municipal de Saúde informou que um deles está em estado grave.
Segundo versão dos familiares que estavam no Miguel Couto, policiais do Batalhão de Choque deram a ordem para o primeiro motoqueiro parar, ele não ouviu, e os PMs atiraram. O mototaxista bateu em uma casa, atingindo um idoso. Outro motoqueiro foi baleado na perna.
Por volta das 16h, um grupo de mototaxistas iniciou um protesto na frente do hospital. A Avenida Bartolomeu Mitre, na altura do Hospital Miguel Couto, estava com uma faixa interditada com presença da PM e de agentes da CET-Rio no local.
Há dois dias, uma menina de 12 anos foi ferida durante um tiroteio na Rocinha. Ela foi internada no Hospital Miguel Couto e se recupera bem.
A Rocinha vive uma rotina de tiroteios e conflitos desde setembro, quando começou uma guerra entre traficantes pelo controle da venda de drogas na comunidade. Desde então, as Forças Armadas já fizeram dois cercos ao local para apoiar as polícias Militar e Civil.
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, defendeu esta semana o retorno dos militares à Rocinha, após a morte de uma turista espanhola em uma blitz policial e intensos tiroteios que deixaram dois PMs feridos.