ARIPUANÃ, Quinta-feira, 18/04/2024 -

NOTÍCIA

Hospital confirma visita de contador a ‘laranja’ de Lula

Glaucos da Costamarques diz que assinou todos os recibos enquanto esteve internado em 2015

Data: Quinta-feira, 12/10/2017 00:00
Fonte: O Tempo

dg

 

O Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde o empresário Glaucos da Costamarques esteve internado em dezembro de 2015, confirmou visitas do contador João Muniz Leite e afirmou que o nome do advogado Roberto Teixeira não consta nos registros.

 

Costamarques é suspeito de ter atuado como laranja na aquisição de um apartamento em São Bernardo do Campo (SP), vizinho ao que mora o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O apartamento, segundo a acusação, teria sido comprado com propina da Odebrecht, obtida por meio de contratos com a Petrobras.

 

O empresário afirma que só passou a receber os aluguéis do apartamento ao final de 2015. A defesa de Lula enviou à Justiça 26 recibos de aluguel com o objetivo de comprovar os pagamentos.

 

Costamarques diz que todos os recibos foram assinados no mesmo dia, em dezembro de 2015, quando estava internado no hospital Sírio-Libanês. Segundo ele, após visita de Roberto Teixeira, advogado e amigo do ex-presidente, o contador João Leite teria ido ao hospital recolher sua assinatura.

 

Originais. Na quarta-feira (11), a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ter apresentado nove motivos “que demonstram” um suposto “erro dos procuradores” da operação Lava Jato” ao sustentar a falsidade” de que recibos do aluguel do imóvel vizinho ao apartamento de Lula em São Bernardo, visto pela força-tarefa como uma forma de propina da Odebrecht ao ex-presidente.

 

A defesa afirma ter “vias originais de todos os documentos já apresentados, além de outros seis recibos de 2011 que também foram localizados, que serão apresentados para que possam, se o caso, serem submetidos à perícia”.

 

A força-tarefa da operação Lava Jato abriu uma investigação por meio de incidente de falsidade sobre os recibos de aluguel do apartamento 121 do edifício Hill House.

 

Acusação. Para a Procuradoria da República em Curitiba, a Odebrecht custeou a compra do apartamento, em nome de Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente. Na mesma ação, ele responde por também ter supostamente recebido da empreiteira terreno onde seria sediado o Instituto Lula, no valor de R$ 12,5 milhões.

 

A Lava Jato afirma que não houve pagamento de aluguel entre fevereiro de 2011 e pelo menos novembro de 2015, do imóvel vizinho a Lula, em São Bernardo. No dia 25 de setembro, 25, a defesa do ex-presidente apresentou documentos que contestam a versão dos procuradores.

 

Os advogados de defesa do ex-presidente alegaram, na quarta-feira, que o “contrato de locação firmado entre o Sr. Glaucos e D. Marisa e os recibos correspondentes foram apresentados em Juízo exatamente como formam encontrados, conforme declarações das pessoas que participaram das diligências, registradas em ata notarial”.

 

“O contador Muniz Leite emitiu declaração esclarecendo, dentre outras coisas, que (i) também era contador do Sr. Glaucos; (ii) que recebia ‘das mãos’ de Glaucos e ‘periodicamente’ os recibos de locação no período questionado (2011 e 2015); e, ainda, que (iii) que em 2015 esteve com o Sr. Glaucos para pegar sua assinatura em recibos relativos ‘a alguns meses’ que haviam sido entregues, por um lapso, sem assinatura”, alegam.

 

Argumentos

Defesa. Os defensores de Lula ainda dizem que “a quebra de sigilo bancário de Glaucos da Costamarques mostrou fluxo financeiro compatível com o recebimento dos aluguéis entre 2011 a 2015.

 

Delegado de SP é afastado de caso

SÃO PAULO. O secretário estadual da Segurança Pública, Mágino Alves, determinou na quarta-feira que o delegado responsável pela operação na casa de Marcos Lula da Silva, filho mais velho do ex-presidente Lula, se afaste do caso. Na terça-feira, a Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de Marcos Lula, em Paulínia (117 km de São Paulo), após uma denúncia anônima de que haveria drogas naquele endereço.

 

Segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal “Folha de S.Paulo” não foram encontrados entorpecentes na residência. A polícia apreendeu dois notebooks, CDs, DVDs, disquetes e documentos de Marcos Lula.

 

A pasta afirma que investigará essa diligência em um procedimento administrativo e que, para preservar a apuração, afastará Rodrigo Luís Galazzo.

 

O secretário se reuniu na quarta-feira com seis deputados estaduais do PT: Alencar Santana Braga, Enio Tatto, Ana do Carmo, Márcia Lia, José Américo e José Zico Prado.

 

O partido avalia que o delegado “agiu com clara finalidade política de perseguir Lula e sua família”.
“A alegação de que houve uma denúncia anônima sobre drogas e armas em um determinado endereço não se sustenta por algumas razões. A principal delas é que não havia nada no local e tão pouco tinha como haver que justificasse tal medida”, afirmou a bancada do partido.