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NOTÍCIA

JBS entrega provas sobre propina para deputado votar em Cunha; Bezerra nega

Data: Sábado, 02/09/2017 00:00
Fonte: RDNEWS/ Carlos Palmeira

Gilberto Leite

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 Deputado federal Carlos Bezerra durante entrevista à imprensa

 

A JBS entregou para a Procuradoria Geral da República documentos que registram repasses ilegais para vários parlamentares, incluindo o deputado federal Carlos Bezerra (PMDB). O peemedebista teria recebido R$ 500 mil, valor que seria uma bonificação para políticos que apoiaram a candidatura do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) à presidência da Câmara.

 

As informações foram divulgadas no Jornal Nacional desta sexta (1º de setembro). De acordo com o telejornal, as entregas das novas provas foram efetuadas por advogados da JBS na última quinta (31). Dentre os materiais entregues estão novos levantamentos, relatórios e gravações de conversas com políticos.

 

A reportagem, do jornalista Vladimir Netto, pontua que os pagamentos da empresa aos agentes públicos giraram em torno de R$ 30 milhões. Mais de 200 deputados teriam sido contatados entre novembro de 2014 e janeiro de 2015 para fazer parte do esquema.

 

O trâmite, de acordo com a matéria, começou quando, em 2014, antes de ser reeleito deputado federal, Eduardo Cunha procurou Joesley Batista, um dos donos da JBS, dizendo que gostaria de concorrer à presidência da Câmara. Nesse encontro, o parlamentar teria pedido apoio financeiro ao empresário. O contato com os parlamentares ficou por conta do executivo da J&F Ricardo Saud.

 

De acordo com a apuração da TV Globo, Cunha "com certeza" destinou recursos para pelo menos seis parlamentares. As propinas eram pagas por meio de doação oficial, em espécie ou por meio de notas fiscais frias.

 

Um desses políticos que, de acordo com Cunha, receberam foi o deputado Carlos Bezerra, que teria recebido via doação oficial um montante de R$ 500 mil. Na prestação de contas da campanha de Bezerra no TSE consta que o repasse foi feito via direção nacional, em 22 de setembro de 2014, em cheque.

 

Os advogados da JBS entregaram as novas provas à PGR sem saber que o ministro do Supremo Tribunal Edson Fachin havia fixado um novo prazo de mais 60 dias para a apresentação dos documentos. Esse nova data deverá ser utilizada para juntar ainda mais elementos que comprovem essas informações.

 

Outro lado

Ao , o deputado Carlos Bezerra pontuou que a doação foi legal, declarada à Justiça e que a conexão do fato com um possível apoio à eleição do deputado Eduardo Cunha à presidência da Câmara é um "absurdo". "Eu fiquei sabendo do Diretório Nacional do partido (PMDB) que haveria o repasse. Eu não conheço essas pessoas (da JBS) pessoalmente e não é da minha índole e nem da minha prática política vender voto", argumenta.