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Em delação, ex-governador de MT diz que houve 'leilão' para definir vaga no Tribunal de Contas do Estado

Delação premiada de Silval Barbosa (PMDB) foi homologada pelo STF. Ex-governador diz que o conselheiro afastado Sérgio Ricardo comprou vaga por mais de R$ 10 milhões.

Data: Segunda-feira, 14/08/2017 00:00
Fonte: Por G1 MT
 
 
Ex-secretário diz que ex-governador está mentindo em delação

Ex-secretário diz que ex-governador está mentindo em delação

 

Na delação premiada que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana, o ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), afirmou que houve um "leilão" para definir quem ocuparia a vaga deixada pelo conselheiro Alencar Soares Filho no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), em 2009. A cadeira acabou sendo ocupada pelo ex-deputado estadual e conselheiro afastado, Sérgio Ricardo.

 

Investigado por supostamente ter comprado a vaga que ocupa no TCE, o conselheiro Sérgio Ricardo foi afastado imediatamente do cargo em janeiro deste ano, por decisão da Justiça estadual. Recentemente, ele também foi proibido de entrar no prédio do tribunal, sob a justificativa de que estaria tentando constranger o conselheiro substituto e intervir nos atos dos funcionários de seu ex-gabinete.

 

A defesa de Sérgio Ricardo afirmou que não houve venda de vagas no TCE. A reportagem não conseguiu contato com Alencar Soares Filho. Já o advogado de Silval Barbosa disse que o cliente já prestou todos os esclarecimentos sobre o assunto e não tem nada mais a comentar sobre o caso.

 

De acordo com Silval, o ex-governador de Mato Grosso e atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), teria pedido ao então conselheiro Alencar Soares para atrasar a data da aposentadoria e poder indicar uma pessoa de confiança no lugar. Porém, segundo Silval, acabou ocorrendo um leilão para entrar no TCE.

 
Conselheiro Sérgio Ricardo foi afastado em janeiro deste ano do cargo, por decisão da JUstiça estadual (Foto: TCE-MT)

Conselheiro Sérgio Ricardo foi afastado em janeiro deste ano do cargo, por decisão da JUstiça estadual (Foto: TCE-MT)

 

Na delação, Silval diz que o deputado estadual Sérgio Ricardo teria oferecido R$ 2,5 milhões pela vaga, mas que Blairo teria cobrido esse valor, oferecendo R$ 4 milhões. Por fim, Sérgio Ricardo teria feito uma contraproposta, levando a vaga por mais de R$ 10 milhões.

 

Blairo Maggi se negou a comentar o caso. Ele já é investigado na operação Lava Jato porque delatores da Odebrecht disseram que ele recebeu R$ 12 milhões durante a campanha dele à reeleição para o governod o estado, em 2006. Atualmente, o governo MIchel Temer (PMDB) tem 10 ministros investigados no Supremo Tribunal Federal.

 

Esquema de corrupção

 

Silval acusou Blairo Maggi de participar de um esquema de corrupção no estado. Ele afirmou que o ministro fez pagamento ao ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso Eder Moraes, para que ele mudasse um depoimento a fim de inocentar Blairo. Éder teria recebido R$ 6 milhões em propina do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e do próprio Silval para que mudasse o depoimento sobre suposta compra de vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE).

 

Blairo negou ter feito acordo com Éder e disse que o ex-governador mentiu sobre pagamento de propina ao ex-secretário. Éder concedeu entrevista à TV Centro América nesse sábado (12) e negou a acusação feita pelo ex-governador Silval. Segundo ele, o ex-governador encontrou no acordo de delação um meio para continuar em liberdade.