ARIPUANÃ, Quinta-feira, 18/04/2024 -

NOTÍCIA

Trump anuncia Christopher Wray como novo diretor do FBI

Data: Quarta-feira, 07/06/2017 00:00
Fonte: AFP /Agence France-Presse

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (7) que nomeará Christopher Wray como novo diretor da Polícia Federal (FBI), em substituição a James Comey, demitido abruptamente no início de maio quando investigava a denúncia de ingerência russa na eleição presidencial americana de 2016.

 

Christopher Wray é advogado do escritório King & Spalding e, no passado, ocupou um importante cargo no Departamento de Justiça (DoJ).

 

"Nomearei Christopher A. Wray, um homem de credenciais impecáveis, para ser o novo diretor do FBI", tuitou Trump.

 

Seu primeiro desafio será garantir a independência do FBI e de seus mais de 30.000 funcionários, assim como convencer a opinião pública de que essa instituição enfrentará a Casa Branca, se necessário.

 

"Espero servir ao povo americano com integridade, como líder do que sei que é um extraordinário grupo de homens e mulheres que dedicaram sua carreira a proteger esse país", disse Wray ao ser indicado, em um comunicado da Presidência.

 

A escolha desse advogado criminalista estabelecido em Washington foi uma surpresa. Seu nome não constava da lista inicial de candidatos, entre os quais se destacavam vários pesos-pesados do Partido Republicano. É um "outsider".

 

Do ponto de vista político, Wray é uma opção pouco polêmica. Evita, principalmente, sugerir que Trump está tentando exercer controle sobre o FBI. De qualquer modo, agora o novo diretor terá pouco poder nesse processo. Após a demissão de Comey, a investigação está nas mãos de um procurador independente - o ex-diretor do FBI Robert Mueller.

 

Nascido em Nova York em 1967, Wray seguiu a tradição da família. Formou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Yale em 1992, onde também foi chefe de redação do Yale Law Journal, um cargo de muito prestígio reservado para juristas de elite.

 

A nomeação, que precisa ser aprovada pelo Senado, foi anunciada na véspera do comparecimento de Comey a uma comissão do Congresso que investiga a suspeita de interferência de Moscou na eleição presidencial americana de 2016.

 

- 'Melhor opção'

 

O ex-porta-voz do Departamento de Justiça Matthew Miller descreveu Wray como, "provavelmente, a melhor opção da lista reduzida da Casa Branca".

 

Wray é um veterano da Justiça americana.

 

Entre 2003 e 2005, no governo de George W. Bush, comandou a divisão criminal, uma das mais importantes do Departamento de Justiça, segundo a biografia divulgada pelo escritório para o qual trabalha. O posto no DoJ permitiu que trabalhasse em contato direto com o FBI.

 

De acordo com sua biografia, Wray "teve um papel-chave na supervisão das ações legais e operacionais na guerra contra o terrorismo".

 

"Sua passagem pela administração Bush deve ser investigada, mas é uma eleição séria, respeitável", escreveu Miller no Twitter.

 

Durante sua passagem pelo DoJ, trabalhou diretamente sob as ordens de James Comey. Comenta-se que lhe deu grande apoio em um momento-chave em 2004. Na época, Comey era procurador-geral interino, na ausência de seu chefe, John Ashcroft, por doença.

 

Comey era pressionado pelo conselheiro presidencial Alberto Gonzales para reativar um polêmico programa de grampos telefônicos sem mandado judicial. Contrário à extensão desse programa, esse agora ex-diretor do FBI ofereceu sua renúncia em protesto. Wray então deixou clara sua lealdade.

 

No DoJ, Wray atuou em uma comissão durante o mandato do ex-presidente George W. Bush para investigar grandes escândalos corporativos, entre eles o da gigante de energia Enron. Também teve papel fundamental na coordenação da resposta da agência após os atentados do 11 de Setembro.

 

Depois de deixar o serviço público, especializou-se em crimes de colarinho branco, como sócio do escritório King & Spalding. Seu cliente mais famoso é um aliado de Trump, o governador de Nova Jersey, Chris Christie. Ele está envolvido em um escândalo de 2013 pelo fechamento da ponte que liga seu estado a Nova York, com o objetivo de prejudicar seus adversários políticos.