O partido conservador de Angela Merkel venceu neste domingo (07) as eleições regionais no norte da Alemanha, confirmando seu favoritismo a cinco meses das legislativas e em um momento em que a ameaça social-democrata de Martin Schulz começa a desaparecer.
Os democratas-cristãos da CDU conquistaram entre 33 e 34% dos votos no estado federal de Schleswig-Holstein, no extremo norte do país, às margens dos mares Norte e Báltico.
Já o partido social-democrata (SPD) obteve entre 26 e 27%, um recuo importante em relação há cinco anos, segundo as estimativas dos canais ARD e ZDF.
Esta região agrícola representa, com 2,3 milhões de pessoas, menos de 3% da população alemã. Mas o resultado é seguido de perto porque se trata das penúltimas eleições antes das legislativas de 24 de setembro, quando a chanceler Angela Merkel lutará por um quarto mandato.
Trata-se de um verdadeiro revés para o novo presidente do SPD, Martin Schulz, e para suas esperanças de fazer Angela Merkel vacilar: no poder desde 2005, ela disputará um quarto mandato.
'Reviravolta'A derrota do SPD representa uma "reviravolta" em favor de Angela Merkel, segundo estimou o jornal Die Welt.
"Seria a primeira vez, desde a sua chegada à chancelaria em 2005, que a CDU reconquistaria um dos muitos estados regionais perdidos durante este período", indica.
Seria um novo golpe para o SPD, que havia recuperado as esperanças com a chegada à frente do partido no início deste ano do ex-presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz.
Mas essa "Schulzmania" também ligada ao seu programa de ruptura, muito aclamado pela esquerda em questões sociais, desmoronou nas últimas semanas: o SPD perdeu a eleição regional em Saarland no final de março e sofre um declínio de 8 pontos em todo o país, de acordo com o último levantamento da Stern e RTL, com 28% das intenções de voto contra 36% da CDU.
Após Schleswig-Holstein, o próximo teste para os social-democratas será no próximo domingo no seu reduto da Renânia do Norte-Vestfália, estado mais populoso do país, que os social-democratas dirigem quase sem interrupção desde a guerra.
Retrocesso do AfDDado os desafios, Angela Merkel viajou para Schleswig-Holstein para apoiar seu candidato, Daniel Günther, de 43 anos.
O SPD também enviou na quinta-feira Schulz para as cidades de Kiel e Lübeck para apoiar o presidente local, Torsten Albig, de 53 anos.
Nesta região na fronteira com a Dinamarca, onde a campanha foi dominada pelas questões da energia renovável e transportes, a atual coalizão entre os Verdes e o partido da minoria dinamarquesa (SSW) parece ameaçada.
Porque, como no resto do país, os ambientalistas têm perdido força.
Um retrocesso que também sentido pelo partido anti-europeu e anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AFf).
Esta formação, que angariou apoio ao criticar a decisão de Merkel de abrir o país aos refugiados, é vítima de disputas internas entre a ala de linha dura e os partidários de uma linha mais moderada.
Em Schleswig-Holstein e na Renânia do Norte-Vestfália, o AfD pode não alcançar o mínimo de 5% para entrar no Parlamento.