Tropas dos Estados Unidos começaram a instalar o escudo anti-mísseis THAAD na Coreia do Sul entre protestos da população local, que se opõe à implantação do sistema que visa interceptar projéteis norte-coreanos.
Apesar de as forças norte-americanas na Coreia do Sul (USFK) não terem emitido nenhum comunicado sobre a operação, um porta-voz do ministério da Defesa sul-coreano confirmou que a instalação começou na localidade de Seongju, na região central do país.
Foto: U.S Department of Defence - Reuters |
Vários caminhões descarregaram diferentes equipamentos que integrarão o escudo antimísseis (Terminal High Altitude Area Defence, em inglês), disse o porta-voz.
Pensado para derrubar mísseis em altitude elevada, uma bateria do THAAD inclui seis lançadores, cada um com 50 mísseis interceptadores, e uma unidade de controle de lançamento e comunicações conectada com um potente sistema de radar de longo alcance.
Centenas de cidadãos na comarca protestaram nas portas do local e tiveram de ser contidos por um efetivo policial. Só assim foi permitida a entrada dos caminhões, segundo a agência Yonhap.
Muitos habitantes de Seognju, região agrícola famosa pelo cultivo de melões, estão preocupados com a possibilidade de que sua região torne-se o alvo de ataques norte-coreanos e também pelos efeitos que os potentes radares do THAAD tenham sobre sua saúde e seus cultivos.
Outros acreditam que a instalação deveria ocorrer depois das eleições presidenciais de 9 de maio, já que alguns candidatos, incluindo o favorito, o neoliberal Moon Jae-in, sugeriram que a decisão de implantar o escudo antimísseis seja revisada pelo futuro chefe do executivo.
Frente aos repetidos testes de mísseis de Pyongyang, os EUA e o governo da presidente sul-coreana destituída Park Geun-hye decidiram instalar o THAAD em julho de 2016. O acordo incomodou Pequim, já que o governo chinês acredita que os radares do sistema podem ser usados para espiar suas instalações militares.
Desde então, empresas e determinados setores da economia sul-coreana têm sofrido boicote camuflado da China como represália. / EFE