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Justiça manda fechar central dos Correios em MT infestada de pombos

Juiz diz que unidade deve ficar fechada até que a empresa limpe o local. Em caso de descumprimento, multa diária prevista é de R$ 50 mil.

Data: Sexta-feira, 31/03/2017 00:00
Fonte: G1 MT
Fezes de pombos no setor de cargas de encomendas (Foto: Divulgação/ Sintec-MT)Fezes de pombos no setor de cargas de encomendas (Foto: Divulgação/ Sintec-MT)
 

A Justiça do Trabalho em Mato Grosso determinou o fechamento imediato do Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas, localizado em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, até que o local receba medidas que evitem a infestação de pombos. A decisão tem caráter liminar e cabe recurso.

 

Nesta semana, o trabalhador Celso Luiz Gomes, de 47 anos, teve morte cerebral após contrair uma infecção por histoplasmose, mais conhecida como “doença do pombo”, segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Mato Grosso (Sintect). Cerca de 300 trabalhadores da unidade cruzaram os braços na terça-feira (28), em protesto, e seguem com os serviços suspensos por tempo indeterminado.

 

O G1 entrou em contato com os Correios, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

 

Na quinta-feira (30), a empresa havia informado que, desde o ano passado, medidas para evitar a infestação dos pombos estão sendo adotadas. Neste mês, uma dedetização teria sido feita para impedir a presença de animais peçonhentos. Segundo os Correios, os procedimentos de limpeza e desinfecção, realizados na unidade desde quarta-feira (28), devem seguir até o dia 1º.

 

A decisão é do juiz da 3ª Vara do Trabalho de Várzea Grande, Alex Fabiano de Souza, e atende ao pedido feito pela entidade sindical. Na decisão, proferida na quinta-feira (30), o magistrado determina que a unidade fique fechada até que a empresa realize a devida dedetizacao e limpeza do prédio. Em caso de descumprimento, o juiz fixou multa diária de R$ 50 mil.

 

Na ação, o sindicato ressalta que o local de trabalho dos trabalhadores é “bastante insalubre, com presença de animais, escorpiões e sujeira” e afirma que um funcionário teve morte cerebral após inalação de fezes do pombo. Em sua decisão, o juiz diz que o local, da forma como está, coloca em risco a integridade dos trabalhadores.

 

“Acolho o pedido de tutela de urgência, determinando que a parte ré […] realize a devida dedetização do prédio, limpeza e ou contratação de empresa especializada na eliminação de pombos  e demais animais causadores de doenças, sem a presença dos seus trabalhadores (uma vez que há risco de que tenham a saúde afetada pela inalação de substâncias tóxicas)”, afirmou o magistrado.