A partir de quarta-feira, o STF deverá redistribuir as ações da investigação do maior escândalo de corrupção do país, que estavam a cargo do ministro Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo em Paraty (RJ), no último dia 19. Há ainda a possibilidade de Cármen deixar a homologação desses acordos para o próximo relator da Lava-Jato.
Somente após a definição, o presidente Michel Temer indicará o nome que substituirá o ex-relator. O ministro a ocupar a vaga de Teori no Supremo herdará o arsenal que constava na mesa do magistrado. No total, há cerca de 7,5 mil processos. Entre eles, há votos determinantes a serem proferidos em ações polêmicas, como a descriminalização das drogas. Existe ainda a relatoria de um mandado de Segurança impetrado pela defesa da ex-presidente Dilma Rousseff pedindo a anulação do processo de impeachment.
Na sexta-feira, a equipe do ministro Teori Zavascki concluiu as audiências de colaboração. Todos os depoentes foram ouvidos para confirmar o teor dos acordos e dizer se prestaram informações de ampla e espontânea vontade. Só então, as delações podem ser homologadas, ou seja, validadas e então usadas para embasar as denúncias do MPF. A tendência de Cármen é promover um sorteio na 2ª Turma do Supremo, da qual Teori fazia parte. Neste caso, algum ministro da 1ª Turma seria transferido a fim de disputar a relatoria — um dos cotados para isso é Edson Fachin.
Quinze nomes Temer também quer esperar a definição sobre as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, que ocorrerão também entre quarta e quinta-feira. O presidente é aconselhado a participar tanto da sessão do STF, que terá homenagens a Teori, quanto da abertura dos trabalhos no Legislativo. Após as eleições, serão definidos os nomes que vão compor a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que sabatinará o novo ministro da corte. Há mais de 15 nomes na roda de sugestões ao presidente.