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Temer fala de ocupações e diz que pessoas criticam PEC sem ler o texto

Sem citar escolas diretamente, ele falou que falta de respeito 'cria problemas'. Presidente disse que pessoas debatem ideias sem ler textos de propostas.

Data: Terça-feira, 08/11/2016 00:00
Fonte: Luciana Amaral Do G1, em Brasília
 
 
 
 
Temer participou de seminário de infraestrutura promovido pela Confederação Nacional da Indústria (Foto: Beto Barata/PR)
Temer participou de seminário de infraestrutura promovido pela Confederação Nacional da Indústria (Foto: Beto Barata/PR)
 

O presidente Michel Temer falou sobre ocupações nesta terça-feira (8) e, sem citar diretamente as escolas ocupadas, afirmou que as pessoas criticam propostas do governo "sem ao menos ler" os textos. Ele ainda fez uma ironia ao questionar se as pessoas sabem  o que é uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição).

 

Os estudantes que ocupam escolas e universidades em diversos estados do país protestam contra duas medidas do governo: a medida provisória da reforma do Ensino Médio e a PEC que propõe um teto para os gastos públicos para os próximos 20 anos.

 

Ao comentar o tema, durante um seminário sobre infraestrutura em Brasília, Temer disse que atualmente no país o "argumento intelectual" foi substituído pelo "argumento físico".

 

"Precisamos aprender no país a respeitar as instituições. O que menos se faz hoje é respeitar as instituições, e isso cria problemas. O direito existe para regular as relações sociais. Hoje, ao invés do argumento intelectual, verbal, usa-se o argumento físico. A pessoa vai e ocupa não sei o quê, põe o pneu velho, é o argumento físico", disse.

 

Logo em seguida, Temer disse: "Você sabe o que é uma PEC? É aquela proposta de ensino comercial. As pessoas não leem o texto. Não estou dizendo se ocupa ou se não ocupa, estou falando no geral. A vida é assim. As pessoas debatem sem ao menos ler o texto", disse o presidente.

 

O presidente afirmou ainda que dentro do governo não há uma exigência que a reforma do Ensino Médio seja feita por meio de medida provisória. Ele disse que as mudanças podem ser efetuadas via projeto de lei, desde que haja a "renovação do Ensino Médio". Críticos da medida afirmam que uma MP é para assuntos urgentes e que o governo deveria ter enviado um projeto de lei ao Congresso, que permitiria, segundo quem se opõe ao texto, mais tempo para debates.

 

"Se quiser o final da MP e pegar um projeto de lei que está lá, que assim seja. Queremos a renovação do ensino médio. Se for necessário aprovar um projeto de lei, votaremos, não há nenhum problema nisso", disse o presidente.

 

Segundo o presidente, a reforma no Ensino Médio é discutida "há séculos" no país e o que a MP fez foi agilizar o debate. Ele afirmou ainda que a proposta tem o objetivo de evitar, por exemplo, que um aluno avance nas séries escolares com déficit de aprendizado.

 

"É interessante que estamos fazendo uma remodelagem para que não deixe mais que a pessoa, na segunda série, não saiba multiplicar, ou não saiba falar o português, que fala um idioma que a pessoa não sabe nem de onde vem. O que a MP fez foi agilizar o debate", ressaltou.

 

Ocupações
As ocupações levaram à remarcação da data do Enem para mais de 240,3 mil estudantes que deveriam fazer as provas no último domingo (6) em 364 escolas ocupadas. Agora eles deverão fazer o exame nos dias 3 e 4 de dezembro.

 

Ao todo, estudantes de 18 estados e o Distrito Federal foram afetados pela remarcação da data do Enem.