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NOTÍCIA

Deputado nega envolvimento em esquema investigado pela PF em MT

Gabinete do deputado Dilmar Dal'Bosco foi alvo de busca e apreensão. PF apura propina paga a servidores do Incra para beneficiar fazendeiros.

Data: Quarta-feira, 19/10/2016 00:00
Fonte: Do G1 MT
 
 
 
Deputado Dilmar Dal'Bosco (DEM) foi intimado a depor na Polícia Federal em Cuiabá (Foto: Reprodução/TVCA)
Deputado Dilmar Dal'Bosco (DEM) foi intimado a depor na Polícia Federal em Cuiabá (Foto: Reprodução/TVCA)
 

Por meio de nota, o deputado estadual Dilmar Dal'Bosco (DEM) negou qualquer envolvimento nos fatos investigados pela Polícia Federal na operação Theatrum, deflagrada nessa terça-feira (18). A ação é para combater um suposto esquema de pagamento de propina a servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária para beneficiar fazendeiros durante fiscalização no assentamento rural Tapurah/Itanhangá. Dal'Bosco colocou ainda o cargo de líder do governo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso à disposição.

 

Nessa terça, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado na ALMT. Depois, Dal'Bosco esteve na seda da Polícia Federal, em Cuiabá, para prestar esclarecimentos relacionados ao inquérito. O suposto esquema apurado pela operação Theatrum ainda teria o envolvimento de dois prefeitos, três vereadores e um vice-prefeito.

 

A assessoria do deputado disse ainda que o nome dele foi envolvido na operação da PF depois que um empresário disse tê-lo visto almoçando com o servidor do Incra que teria aceitado a propina e com líderes políticos de Itanhangá. Dal'Bosco afirma que é pessoa pública e que sempre está no município, no qual apoiou um grupo político oposto ao do empresário que o denunciou.

 

O parlamentar disse ainda que o empresário é investigado na operação Terra Prometida, deflagrada pela PF em novembro de 2014, por vender lotes ilegais no assentamento.

 

Theatrum
A operação foi deflagrada para investigar um suposto esquema de corrupção envolvendo servidores do Incra, fazendeiros e políticos de Mato Grosso. Os crimes ocorreriam na 'compra' da fiscalização do Incra feita no assentamento Tapurah/Itanhangá, com resultados acertados previamente. Foram cumpridos mandados em Cuiabá, Sinop, Diamantino, Ipiranga do Norte e Itanhangá, em Mato Grosso, e nas cidades de Planaltinha (DF), Guaíra (PR) e Belo Horizonte (MG).

 

Cada lote do assentamento seria vendido por R$ 2 milhões, apontam as investigações da PF. No total, a área tem 1.149 lotes com aproximadamente 100 hectares cada. A polícia suspeita que a supervisão ocupacional do projeto de assentamento, iniciada em 2015 e finalizada em 2016, tenha sido feita de forma fraudulenta para validar ocupações irregulares.

 

Conforme as investigações, em setembro de 2015 políticos, fazendeiros e representantes dos assentados fizeram uma reunião com o Incra em Brasília para fazer uma supervisão ocupacional no projeto do assentamento. Eles pediram ainda a substituição do servidor que já estava indicado para coordenar os trabalhos.

 

A ideia da quadrilha seria que, com a fiscalização fraudulenta, assentados 'laranjas' conseguissem transferir formalmente a propriedade do imóvel para fazendeiros que haviam comprado de forma ilegal.

 

Entre as supostas irregularidades apontadas em denúncias feitas à PF estavam o tratamento diferenciado de servidor do Incra para com autoridades e fazendeiros locais e a divulgação da data de fiscalização dos lotes do assentamento.