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NOTÍCIA

Ex-reitora vê com preocupação futuro da UFMT

Data: Sexta-feira, 14/10/2016 00:00
Fonte: Patrícia Helena Dorileo, repórter do GD

 

Marcus Vaillant

Maria Lúcia Cavalli Neder passa o cargo de reitora à sucessora Myrian Serra

Amor. Com esta palavra a atual reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Maria Lúcia Cavalli Neder, descreve qual sentimento tem pela instituição. Após 8 anos à frente da reitoria, nesta sexta-feira (14) passa seu posto para a professora Myrian Serra.

 

Neder afirma que encerra sua administração satisfeita por ter cumprido todas as metas traçadas quando assumiu, especialmente as referentes à inclusão social, mas com receio de que medidas do governo federal coloquem em cheque conquistas da instituição.

 

Em entrevista ao Gazeta Digital, a futura ex-reitora fala com orgulho das mudanças que pôde promover na UFMT.

 

Para ela os números falam por si só. Instituiu as cotas para preenchimento das vagas. Aumentou o leque de cursos: na graduação foram de 71 cursos para 106; na pós-graduação saltou de 21 para 61. 215 obras foram iniciadas, sendo 128 novos prédios (incluindo os campi de Várzea Grande, Barra do Garças e Sinop), fez a contratação de mais de 1.400 professores. Há 1.250 pesquisas registradas, mais de 300 grupos de pesquisa consolidados, 600 alunos em intercâmbio internacional e 42% dos estudantes recebendo algum tipo de bolsa ou auxílio estudantil.

 

“O que mais me dá orgulho é como melhoramos a qualidade do ensino. A UFMT tinha um índice geral dos cursos de 3, fomos para 4, em uma escala de 5. No ranking nacional subiu da 77ª posição para 34ª entre 293 universidades brasileiras”, afirma a reitora.

 

Conforme Neder, o que ela fez só foi possível porque “o contexto político lhe deu permissão para isso”.
Entretanto, já a União já anunciou contingenciamento do orçamento das universidades federais para o próximo ano. A redução será de 10% nos recursos de custeio e 50% de investimento.

 

Maria Lúcia explica que “nos últimos 8 anos, vinha para a UFMT o orçamento, somando ao reajuste da inflação, mais 2,5% podendo chegar a 5% de acréscimo. Para o ano que vem o anúncio é que não vai somar a inflação e, ao invés de aumentar 2,5% até 5%, vamos ter um decréscimo de 6,68%”.

 

Ela vê com preocupação o futuro da instituição. “Se nós perdemos essa possibilidade de financiamento das Universidades, eu temo. Porque a UFMT ainda está no patamar de busca de excelência. Não pode retroceder. Não pode haver descontinuidade no financiamento”.

 

Myrian Serra terá desafios, pelo menos, pelos próximos 4 anos. “Ela tem que se preocupar em manter a UFMT no patamar que alcançamos. A outra é que não haja retrocesso na parte do financiamento. Se isso acontecer, deixamos de investir em pesquisa, extensão, nos laboratórios”, finaliza.

 

Maria Lúcia é filiada ao PC do B e não descarta um futuro político.