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NOTÍCIA

Operação da PF investiga compra de fazenda em MT

A aquisição teria sido feita, segundo as autoridades, por pessoa ligada ao ex-ministro Antonio Palocci

Data: Segunda-feira, 26/09/2016 00:00
Fonte: MÍDIA NEWS
 

Folhapress

 

Entrevista coletiva sobre mais uma fase da Operação Lava Jato

 

 

A Receita Federal confirmou, na manhã desta segunda-feira (26), que a 35ª fase da Operação Lava Jato investiga, entre outras vertentes, a aquisição de uma fazenda em Mato Grosso.

 

Segundo nota da Receita, a compra teria sido feita “mediante utilização de interpostas pessoas ligadas ao ex-ministro” Antonio Palocci, que foi preso nesta manhã.

 

A Receita Federal é parceira da Polícia Federal na 35ª fase da Operação Lava Jato.

 

Participam da operação dez auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita, que cumprem mandados de busca e apreensão, entre outros mandados judiciais, expedidos pela 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba (PR), principalmente nas cidades de São Paulo (SP), Salvador (BA) e Rondonópolis (MT), onde ficaria a fazenda adquirida de forma suspeita.

 

Conforme a Receita, a investigação em curso tem foco em empresa de consultoria do ex-ministro, que teria "auferido expressivos valores de várias pessoas jurídicas investigadas na Operação Lava Jato", algumas ligadas a operadores financeiros envolvidos no esquema.

 

Novamente, contratos de serviços de consultoria ou assessoria podem ter servido como instrumento para maquiar pagamentos de vantagens indevidas em valores significativos, como ficou  patente nas investigações da Lava Jato.

 

Em 2012, a imprensa de Mato Grosso noticiou que Juscelino Antonio Dourado, ex-chefe de gabinete de Palocci e também preso nesta segunda-feira, teria comprado uma fazenda de R$ 26 milhões em Rondonópolis. A Receita não confirma se essa fazenda é a mesma investigada na operação. Dourado é natural de Rondonópolis.

 

A operação

 

Palocci foi preso temporariamente na manhã desta segunda-feira. A nova fase da operação, intitulada Omertà, investiga indícios de uma relação criminosa entre o ex-ministro e a empreiteira Odebrecht.


Segundo a PF, há indícios de que o ex-ministro atuou diretamente para obter vantagens econômicas à empresa em contratos com o com o poder público e se beneficiado de valores ilícitos.


Entre as negociações envolvendo Palocci que a PF apura estão as tentativas de aprovação do projeto de lei de conversão da MP 460/2009 que resultou em benefícios fiscais à empreiteira baiana, aumento da linha de crédito junto ao BNDES para país africano com a qual a empresa tinha relações comerciais, além de interferência no procedimento licitatório da Petrobras para aquisição de 21 navios sonda para exploração da camada pré-sal.

 

Cerca de 180 policiais federais e auditores fiscais estão cumprindo 27 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária e 15 mandados de condução coercitiva em São Paulo Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.