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Em reunião com Temer, líderes do 'Centrão' dão apoio ao ajuste fiscal

Presidente recebeu deputados do grupo, que era ligado a Eduardo Cunha. Temer quer assegurar apoio do bloco em votações de interesse do governo.

Data: Sexta-feira, 16/09/2016 00:00
Fonte: Fernanda Calgaro Do G1, em Brasília
 
 

Em almoço com o presidente Michel Temer no Palácio do Planalto, líderes de sete partidos que integram o chamado “Centrão”, bloco informal que reúne algumas legendas de centro-direita na Câmara, entregaram nesta quinta-feira (15) uma carta em que manifestam apoio  às medidas de ajuste fiscal do governo federal, entre elas a proposta que estabelece um teto para os gastos da União, estados e municípios.

 

O grupo, organizado a partir de uma articulação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) quando estava no comando da Câmara, se reuniu com o presidente três dias após a cassação do agora ex-deputado.

 

A estratégia de Temer é assegurar os votos do "Centrão" mesmo após a cassação de Cunha, o principal líder do bloco.

 

O documento de apoio ao ajuste fiscal foi  assinado pelos deputados Baleia Rossi (PMDB-SP), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Aelton Freitas (PR-MG), Rogério Rosso(PSD-DF), Márcio Marinho (PRB-BA), Jovair Arantes (PTB-GO) e Paulinho da Força (SD-SP). As bancadas desses partidos, juntas, somam 245 parlamentares. Também assina a carta o líder do governo, André Moura (PSC-SE), que liderava o PSC, outro partido que faz parte do Centrão. De acordo com Marinho, Moura foi chamado para o encontro a convite do grupo de parlamentares

 

Na carta, os líderes manifestaram o “mais absoluto e irrestrito compromisso e apoio às ações do governo” e reafirmam a “confiança na condução e liderança firme, altiva e democrática” de Temer.

 

Futuro político na Câmara
Segundo os líderes, o foco da conversa com o presidente foram as medidas de ajustes fiscais e não se discutiu a sucessão à presidência da Câmara. Com a saída de Eduardo Cunha, Rodrigo Maia (DEM-RJ) conseguiu se eleger graças, principalmente, ao apoio do Planalto. No entanto, o mandato dele acaba em fevereiro do ano que vem, quando acontecem novas eleições para o biênio seguinte.

 

Os líderes foram questionados também, após o encontro, sobre o futuro do bloco na ausência de Cunha. Eles afirmaram que o grupo segue unido na base de sustentação do governo, mas não deram resposta sobre quem deve assumir o lugar do deputado cassado.

 

"Independente de quem coordena ou não, somos integrantes da base de governo. Não existe liderança do Centrão, mas líderes de partidos que compõem o grupo", afirmou Rogério Rosso após a reunião.

 

Jovair Arantes engrossou o coro e disse que o bloco vai continuar apoiando "uma proposta para salvar o Brasil em todos sentidos". Questionado sobre qual contrapartida esperam do governo em troca do apoio, respondeu: "É uma contrapartida política, que é os partidos serem reconhecidos".

 

O encontro desta quinta, na visão de Marinho, foi importante para estreitar diálogo entre os deputados e o Palácio do Planalto. A falta de uma via de conversa com a ex-presidente Dilma Rousseff era uma das principais críticas dos deputados à gestão da petista. "O Temer colocou a importância da manutenção desse diálogo", frisou Marinho.

 

Reforma da Previdência
Para Aguinaldo Ribeiro, o Brasil vive um momento de crise, em que a sociedade precisa "escolher o quer". Ele citoou a reforma da Previdência, em preparação pelo governo. "O país precisa reencontrar o caminho do desenvolvimento e enfrentarmos com transparência e clareza as questões que temos pela frente. Questões como a [reforma da] Previdência em que a sociedade precisa decidir o que quer", disse Ribeiro.

 

Em relação à proposta previdenciária em preparação pelo governo, o líder do Solidariedade, Paulinho da Força, relatou que Temer pretende se reunir com representantes das centrais sindicais para ouvi-los sobre o seu conteúdo antes de enviá-la ao Legislativo, o que deve acontecer ainda neste mês.