Detentos da cadeia pública de Poconé, a 104 km de Cuiabá, fizeram um motim nesta sexta-feira (17) para protestar contra a suspensão das visitas desde o início da greve dos agentes prisionais, no dia 31 do mês passado. Eles colocaram fogo em colchões e destruíram toda a unidade, segundo o Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário (Sindispen). A reportagem tentou entrar em contato com a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), neste sábado (18), mas sem sucesso.
Com a cadeia destruída, os 64 presos foram transferidos para outras unidades. Ainda de acordo com o Sindispen, eles foram para as cadeias de Capão Grande, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá; Penitenciária Central do Estado (PCE) e Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), na capital.
A cadeia de Poconé tem cinco celas e capacidade para acomodar 28 reeducandos. No entanto, abriga 64, segundo o sindicato da categoria, que aderiu à paralisação dos servidores estaduais para cobrar o pagamento de 11,28% de recomposição salarial.
Nesta sexta-feira, agentes prisionais na Rua Tenente Eulálio Guerra, no Bairro Quilombo, na região central da capital, para cobrar um posicionamento por parte do governo, que já anunciou o corte de ponto dos servidoresque descumprirem a decisão da Justiça e não voltarem a trabalhar.
No dia 3 de junho, o desembargador Alberto Ferreira de Souza acatou o pedido feito pelo estado e determinou o retorno imediato ao trabalho dos servidores das carreiras da Segurança Pública e do Detran, sob pena de multa diária de R$ 100 mil aos sindicatos em caso de descumprimento.
A Procuradoria-Geral do Estado já solicitou às secretarias e órgãos para que façam um levantamento dos servidores das categorias que foram atingidas pelas decisões judiciais que não estão trabalhando durante a greve e efetuem o corte dos pontos, segundo o governo.
O estado fez quatro propostas para as cerca de 30 categorias paralisadas, mas todas foram rejeitadas pelo funcionalismo público. A última proposta apresentada pelo governo consiste na minuta de um projeto de lei que previa o pagamento de 6% da RGA em três parcelas, até abril de 2017, e condicionava a quitação da recomposição ao ato de não extrapolar o limite de gastos com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).