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NOTÍCIA

Sem visitas, presos ateiam fogo em cadeia de MT e são transferidos

Detentos não recebem visitas desde o início da greve dos agentes, em maio. Eles atearam fogo em colchões e destruíram parte de cadeia em Poconé.

Data: Sábado, 18/06/2016 00:00
Fonte: Do G1 MT
 
 

Detentos da cadeia pública de Poconé, a 104 km de Cuiabá, fizeram um motim nesta sexta-feira (17) para protestar contra a suspensão das visitas desde o início da greve dos agentes prisionais, no dia 31 do mês passado. Eles colocaram fogo em colchões e destruíram toda a unidade, segundo o Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário (Sindispen). A reportagem tentou entrar em contato com a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), neste sábado (18), mas sem sucesso.

 

 

Com a cadeia destruída, os 64 presos foram transferidos para outras unidades. Ainda de acordo com o Sindispen, eles foram para as cadeias de Capão Grande, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá; Penitenciária Central do Estado (PCE) e Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), na capital.

 

A cadeia de Poconé tem cinco celas e capacidade para acomodar 28 reeducandos. No entanto, abriga 64, segundo o sindicato da categoria, que aderiu à paralisação dos servidores estaduais para cobrar o pagamento de 11,28% de recomposição salarial.

 

Nesta sexta-feira, agentes prisionais na Rua Tenente Eulálio Guerra, no Bairro Quilombo, na região central da capital, para cobrar um posicionamento por parte do governo, que já anunciou o corte de ponto dos servidoresque descumprirem a decisão da Justiça e não voltarem a trabalhar.

 

No dia 3 de junho, o desembargador Alberto Ferreira de Souza acatou o pedido feito pelo estado e determinou o retorno imediato ao trabalho dos servidores das carreiras da Segurança Pública e do Detran, sob pena de multa diária de R$ 100 mil aos sindicatos em caso de descumprimento.

 

A Procuradoria-Geral do Estado já solicitou às secretarias e órgãos para que façam um levantamento dos servidores das categorias que foram atingidas pelas decisões judiciais que não estão trabalhando durante a greve e efetuem o corte dos pontos, segundo o governo.

 

O estado fez quatro propostas para as cerca de 30 categorias paralisadas, mas todas foram rejeitadas pelo funcionalismo público. A última proposta apresentada pelo governo consiste na minuta de um projeto de lei que previa o pagamento de 6% da RGA em três parcelas, até abril de 2017, e condicionava a quitação da recomposição ao ato de não extrapolar o limite de gastos com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).