Os Estados Unidos vão deslocar um contingente adicional de militares para o Iraque - afirmou o secretário de Defesa americano, Ashton Carter, nesta segunda-feira, em Bagdá.

 

"Vamos trazer forças adicionais", disse Carter, acrescentando que também entregarão helicópteros Apache para ajudar as forças iraquianas na luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI).

 

O porta-voz do Pentágono, Jeff Davis, disse que 217 homens serão somados ao contingente atual, totalizando 4.087 militares.

 

Os Estados Unidos lideram a coalizão internacional que bombardeia posições do EI e ajuda tanto o Exército sírio quanto o iraquiano com treinamentos e assistência militar.

 

Carter chegou a Bagdá procedente dos Emirados Árabes Unidos, sua primeira parada de uma viagem que termina nesta quinta-feira em uma conferência do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) em Riad. O presidente Barack Obama também estará presente neste evento.

 

Em Bagdá, junto com autoridades americanas no terreno, o primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, e o ministro iraquiano da Defesa, Khaled al-Obaidi, Carter analisou como estão funcionando as ofensivas contra o grupo radical.

 

O EI conquistou grandes extensões de território no Iraque, em uma ofensiva fulminante em meados de 2014. Desde então, porém, as autoridades de Bagdá têm conseguido frear o grupo.

 

As discussões se concentraram nos preparativos para a reconquista de Mossul, a grande cidade do norte do país e principal reduto desses extremistas desde 2014.

 

Já que "este combate vai ser crucial, vamos ter de ser mais contundentes" na hora de ajudar as forças iraquianas, advertiu um militar americano.

 

Para isso, Carter determinou a intervenção de helicópteros Apache. Essas aeronaves já foram oferecidas para a ofensiva de Ramadi (oeste), mas não foram usadas pelos iraquianos. Os Apache podem reagir "rapidamente" e de maneira "eficaz", quando uma situação no terreno exige, explicou.

 

Os Estados Unidos também anunciaram que vão destinar uma ajuda de 415 milhões de dólares para as milícias curdas peshmergas, que têm um papel central na luta contra o EI no norte.

 

As tropas serão autorizadas a aconselhar os militares iraquianos em nível de brigada e de batalhão. Até agora, interagiam apenas com divisões maiores, o que implica mais risco.

 

Embora a maior parte das tropas americanas tenha um papel de assessoramento, Washington também deslocou membros de suas forças especiais e da Marinha para dar apoio à artilharia iraquiana.

 

O presidente americano confirmou seu compromisso de que não haverá "botas no terreno" para lutar contra o EI, mas houve confrontos de militares americanos contra os extremistas e, entre os deslocados, foram registradas duas mortes.

 

Em 2003, uma coalizão liderada pelos Estados Unidos invadiu o Iraque e derrotou o ditador Saddam Hussein, deixando um vazio de poder que gerou anos de caos e de violência sectária.

 

A onda de violência foi finalmente controlada, e as tropas americanas se retiraram no fim de 2011.