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NOTÍCIA

Gim Argello foi senador entre 2007 e 2014

Suplente, tornou-se senador do DF com a renúncia de Joaquim Roriz. Ele é suspeito de cobrar propina durante a CPI da Petrobras.

Data: Terça-feira, 12/04/2016 00:00
Fonte: Do G1, em São Paulo
 
 

O ex-senador Gim Argello (PTB-DF), preso preventivamente nesta terça-feira (12) na 28ª fase da Operação Lava Jato, está fora de cargos públicos desde 2014.

 

Suplente de Joaquim Roriz, Gim Argello tornou-se senador do Distrito Federal com a renúncia do titular em 2007, e ficou no cargo até o final de 2014, participando da base de apoio do governo Dilma Rousseff.

 

Gim foi membro da CPI da Petrobras no Senado e vice-presidente da CPMI, da Câmara e do Senado.

 

Antes disso, foi eleito duas vezes deputado distrital e presidente da Câmara Legislativa do DF de 2001 a 2002.

 

O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) deixa sua residência no Lago Sul por volta das 9h20, levado por agentes da Polícia Federal para a Superintendência da PF em Brasília (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) deixa sua residência no Lago Sul por volta das 9h20, levado por agentes da Polícia Federal para a Superintendência da PF em Brasília (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
 

Suspeitas
Gim Argello é suspeito de cobrar propina para evitar convocação de empresários a comissões parlamentares de inquérito em 2014 e 2015.

 

O nome do ex-senador já vem sendo citado por delatores da Lava Jato desde 2015 e também apareceu durante as investigações Operação Zelotes, que apurava o pagamento de propina a conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda.

 

 
28ª FASE DA LAVA JATO
Ação prendeu o ex-senador Gim Argello.
 

Gim Argello foi citado nas delações do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) e do dono da UTC, Ricardo Pessoa. O Ministério Público Federal (MPF) diz que há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS. As duas empresas são investigadas na Lava Jato.

 

Nesta 28ª fase da Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro determinou o bloqueio de R$ 5,350 milhões das contas e aplicações financeiras do ex-senador. Além disso, foram determinados os bloqueios de igual valor da empresa Argelo & Argelo Ltda, da mesma quantia da Garantia Imóveis Ltda e ainda mais R$ 5,350 milhões da Solo – Investimentos e Participações Ltda. Todas estas empresas ficam em Brasília e têm Gim Argello como sócio. O valor total de bloqueio nas três empresas é de R$ 16,050 milhões.



Trajetória política
Nascido em São Vicente (SP) em 1962, Gim Argello é formado em Direito. Iniciou a carreira política no final dos anos 80, em Brasília, no então PFL (hoje DEM). Eleito deputado distrital em 1998, reelegeu-se em 2002, pelo PMDB. Foi presidente da Câmara Legislativa do DF de 2001 a 2002.

 

Jorge Afonso Argello tem 53 anos e filiou-se ao PTB em 2005, ano em que foi secretário de Trabalho no governo Joaquim Roriz.

 

No Senado, segundo a agência Senado, apresentou projetos para criar zonas de processamento de exportação (ZPEs) em Brasília e em Cristalina (GO). Propôs a permissão de porte de armas por agentes de trânsito e a obrigatoriedade para estabelecimentos de ensino manterem programas de prevenção e combate ao bullying.

 

Em 2014, ainda como senador, foi cotado para assumir uma das vagas do Tribunal de Contas da União, mas desistiu da disputa após enfrentar forte resistência de senadores da oposição ao governo Dilma Rousseff.

 

Em 2014, tentou se reeleger como senador, mas perdeu a disputa para José Antônio Reguffe (PDT).