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NOTÍCIA

Governador garante fazer valer a lei quanto a invasões

Data: Quinta-feira, 07/04/2016 00:00
Fonte: Da Assessoria

 

 

 

 

 

Fazer valer a lei e adotar estratégias de inteligência policial foram as garantias dadas pelo governador Pedro Taques ao grupo de líderes do setor agropecuário que participou de uma reunião na tarde desta quarta-feira (06/04), no Palácio Paiaguás, para tratar de invasões de propriedades rurais em Mato Grosso. Acompanhados do presidente do Sistema Famato/Senar, Rui Prado, oito representantes de Sindicatos Rurais do Estado expuseram ao governador e ao secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, as situações que enfrentam em seus municípios, sobretudo quanto ao que chamam de “invasores profissionais”.

 

“Tenho a foto de um dos líderes profissionais. É sempre o mesmo que alicia os invasores. Ontem (terça-feira) aconteceu em Sorriso, uma propriedade invadida por 80 famílias. A gente percebe que isso está aumentando com a facilidade de comunicação e com esse momento que o país está vivendo. O abril vermelho está coincidindo com o movimento pelo impeachment”, relatou ao governador o membro da diretoria do Sindicato Rural de Sorriso, Elso Pozzobon.

 

O representante de Porto Alegre do Norte, Édio Brunetta, também disse que no seu município são sempre os mesmos invasores. No momento, uma propriedade está ocupada, inclusive a área de reserva dentro da propriedade. “Alegam que é uma área de interesse do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), mas é uma propriedade. Ou seja, são realmente grileiros de terras”.

 

A preocupação com o cometimento de crimes ambientais foi levantada por Rui Prado ao governador, tendo em vista que é costume dos invasores derrubarem áreas de reserva dentro das fazendas. Em resposta, Taques deixou claro que, ao cumprir a lei, sobretudo quanto ao direto constitucional da propriedade, todos os crimes serão observados. “Aí nós vamos autuar em crime ambiental, porte ilegal de arma, subtração de gado, de maquinário”, acrescentou. “Estamos atentos a essa situação e investimos muito na Inteligência para atuar em situações dessa natureza”.

 

A presidente do Sindicato de Campo Novo do Parecis, Giovana Velke, informou que tem duas ações de reintegração de posse que se arrastam por 8 anos com dificuldade para o cumprimento. “Perdi uma safra completa, porque cheguei a plantar, mas não tive como colher em virtude do impasse. Meu pai não tem mais saúde por causa disso”, revelou. O presidente de Juruena, Laércio Lenz, comunicou a invasão ocorrida no final de semana em propriedade pertencente a uma empresa da cidade por 150 famílias. Relatos de tensão ainda foram feitos por representantes de produtores rurais de Tabaporã e Tapurah.

 

O secretário de Segurança informou que toda situação está sendo observada. “Estamos analisando de forma panorâmica o problema, não de forma pontual. Estamos trabalhando com inteligência, sempre de forma técnica”, garantiu. Por uma questão de segurança, as operações não foram informadas, apenas que há uma rede de informações que subsidiam as ações de inteligência.

 

Pedro Taques demonstrou preocupação com o acirramento dos ânimos. “Todos aqui sabem o que está acontecendo no Brasil. O abril vermelho está coincidindo com a votação do processo de impeachment. Tenho preocupação com os ânimos acirrados como já aconteceu antes. Então, estamos fazendo um trabalho técnico realizado pela Secretaria de Segurança com a Casa Militar, que tem o Comitê de Conflitos Agrários para estar fazendo esse acompanhamento”, informou.