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NOTÍCIA

Agência internacional estuda usar radiação contra vírus zika

Empresa francesa quer reduzir tempo de pesquisas e testes da imunização para apenas um ano

Data: Quarta-feira, 10/02/2016 00:00
Fonte: O Tempo
LABORATÓRIO/ANALISA/MOSQUITOS/DA/DENGUE/SP
Alerta. Amostras do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya são vistas em laboratório
 

Em resposta à epidemia do zika vírus na América Latina, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) realiza, neste mês, uma reunião para tratar do uso de técnicas nucleares para o controle de mosquitos. O encontro deve acontecer nos dias 22 e 23 de fevereiro em Brasília, conforme anunciou o diretor-geral da entidade, Yukiya Amano.

 

Uma das medidas a serem discutidas é a adoção da chamada Técnica do Inseto Estéril, um tipo de controle de peste que utiliza radiação ionizante para esterilizar insetos machos, produzidos em larga escala em instalações especiais. Segundo a AIEA, a estratégia tem sido utilizada com sucesso em todo o mundo há mais de 50 anos para o controle de diversos insetos que comprometem a agricultura.

 

Durante o evento, em Brasília, especialistas de países como China, México, Suécia, Tailândia, Trinidad e Tobago, Estados Unidos e Brasil, além de técnicos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), vão desenvolver um roteiro para o controle da população de Aedes aegypti na região a curto e médio prazo.

 

Até o momento, o zika vírus foi identificado em 23 países das Américas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há fortes indicativos de que a infecção esteja associada ao aumento de casos de malformação congênita em bebês e da Síndrome de Guillain-Barré.

 

Vacina. O laboratório francês Sanofi anunciou nesta terça que espera começar “em um ano” os testes clínicos relacionados a vacina contra o vírus. A expectativa é que esse produto esteja pronto em três anos, segundo o diretor-geral da empresa, Olivier Brandicourt. A informação sobre a vacina foi anunciada durante a apresentação dos resultados anuais da Sanofi. A farmacêutica espera reduzir os prazos habituais, aproveitando as tecnologias e a estrutura que já desenvolveram para a criação de vacina contra a dengue, a Dengvaxia. O vírus é da mesma família do zika.

 

“Pesquisamos se há uma imunidade cruzada entre os vírus, o que seria uma boa notícia”, explicou Brandicourt. Ele ainda falou que conta com a colaboração da Europa e dos Estados Unidos nesse trabalho porque os testes clínicos podem ser “muito onerosos”.

 

Colômbia e Venezuela na mira

Maracaibo, Venezuela.
 As autoridades de saúde dizem que o zika vírus está se espalhando rapidamente em toda a Colômbia e Venezuela, alertando que as regiões da fronteira com o Brasil dos dois países podem ser os próximos focos. Especialistas em doenças infecciosas dizem que já há muitos casos nos dois países.



A fronteira se tornou alvo de particular interesse das autoridades de saúde, que dizem que a situação é crítica na cidade fronteiriça colombiana de Cúcuta e florescente em uma série de vilas e cidades que se estendem ao norte até a segunda maior cidade da Venezuela, Maracaibo, perto da costa do Caribe.



A Colômbia registra 22 mil infectados pelo vírus zika, entre eles 2,8 mil grávidas, além do forte aumento de Guillain-Barré - de acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde no sábado, com dados de até 30 de janeiro.



Apesar do alto número de casos, a Organização Mundial da Saúde pediu nesta terça prudência sobre a suposta relação entre o vírus e a morte de três pessoas na Colômbia pela síndrome de Guillain-Barré.