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Jornalista prepara a biografia não autorizada de Riva; confira capítulo

Data: Segunda-feira, 11/01/2016 00:00
Fonte: RDnews
Jornalista prepara a biografia não autorizada de Riva; confira capítulo
Foto: Reprodução
 

Aos 65 anos, 44 deles dedicados à imprensa mato-grossense, o jornalista Eduardo Gomes de Andrade, conhecido como Brigadeiro, finaliza a biografia não autorizada do ex-deputado estadual José Riva. A obra, que já passa pela segunda revisão ortográfica, será impressa em Brasília devido à proximidade do personagem com empresários do setor gráfico no Estado.

 

Um capítulo da obra, cujo lançamento está programado para segunda quinzena de fevereiro, foi disponibilizado pelo autor aos leitores do Rdnews. O texto, no arquivo em anexo, aborda as relações com o comunicador e o ex-deputado estadual Maksuês Leite, além do assessor Edemar Adams, já falecido, considerado braço-direito de Riva na Assembleia - trecho do texto no quadro acima.

 

Serão 272 páginas, divididas em 64 capítulos, onde Brigadeiro pretende revelar detalhes da intimidade e da trajetória política de Riva. Na apresentação, o biógrafo o descreve como figura polêmica que por duas décadas foi campeão de votos em Mato Grosso, controlou a Assembleia, deu cartas no Palácio Paiaguás e agora está enrodilhado por processos que o botaram na cadeia, sob a acusação de improbidade administrativa.

 

Sem entrar em detalhes para não prejudicar o impacto do lançamento da obra, Brigadeiro também conta que a biografia não autorizada vai além da individualidade de Riva. Retrata o ex-deputado como uma verdadeira instituição política, com acertos e erros ao longo de 20 anos na vida pública.

 

“Ultimamente, Riva tem sido retratado como o demônio segurando o tridente. A biografia não tira o tridente, mas coloca a vela de santidade na outra mão. Nunca fui comensal da Assembleia. Por isso, consegui escrever os pontos negativos e positivos do personagem com isenção. Tenho certeza que muita gente irá se indispor comigo após a publicação”, declara em entrevista ao Rdnews.

 

Outro aspecto destacado foi à capacidade de Riva absorver os ataques que sempre sofreu na atividade política. Brigadeiro ainda lembra que o biografado conseguia manter o astral positivo, mesmo sendo acusado de corrupção pelo Ministério Público. Além disso, ressalta que a ideia de escrever a biografia surgiu durante visita à Assembleia para tratar de reportagem sobre as quadrilhas juninas do Araguaia. A manifestação artística, que costuma recebe o apoio do Poder Legislativo, faz parte da identidade cultural daquela região do Estado.

 

“A ideia surgiu em 2014. Estava andando no corredor da Assembleia quando encontrei o deputado estadual Pedro Satélite, correligionário de Riva no PSD. Perguntei sobre a saída do ex-parlamentar da vida pública. Com sorriso cínico e olhar maquiavélico, ele respondeu: rei morto, rei posto. Na hora, decidi que escrever a biografia não autorizada”, relata.

 

Na apuração das informações, Brigadeiro ouviu depoimentos de políticos, empresários e pessoas que tiveram ligação com Riva em diversos momentos da sua trajetória. Familiares, no entanto, foram excluídos do processo. O autor avalia que a esposa Janete e os filhos José Geraldo Júnior, Jéssica e a deputada estadual Janaína Riva acabariam reproduzindo o pensamento do próprio personagem e comprometendo a isenção da obra.

 

“Cheguei à conclusão de que pessoas que foram ligadas a Riva e se beneficiaram da ligação, hoje o consideram um marginal. Alguns tentam apagar a ligação das suas histórias pessoais. Apenas uma pessoa permanece fiel, visita na prisão e não nega a afeição pelo ex-patrão com quem trabalhou durante 20 anos”.

 

Por fim, Brigadeiro garante que a obra sobre Riva já tem título, mas que não será revelado antes do lançamento. Ressalta que a produção não contará com recursos das leis de incentivo cultural e que a tiragem será compatível com a demanda literária, em Mato Grosso.

 

Crônicas

 

O autor também assina Dois dedos de prosa em silêncio, a coletânea de crônicas que, conforme Brigadeiro, são para rir, refletir e arguir de episódios históricos ocorridos no Estado. Sua primeira obra é o Livro 44, apresentado como fragmento da história de Mato Grosso na visão de um repórter. “Peço que comprem. Faz bem para meu bolso e contribui com o conhecimento histórico”, conclui, com bom humor.