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NOTÍCIA

Lideranças indígenas querem fim de pedágios por Enawene Nawe

Data: Terça-feira, 15/12/2015 00:00
Fonte: Cleber Batista JNMT

 

Várias lideranças das comunidades indígenas das etnias Rikbaktsa e Cinta Larga querem que as autoridades responsáveis coloquem fim nas cobranças dos pedágios em pelo menos três  trechos na BR 174 no município de Juína a 750 km de Cuiabá.

 

As lideranças disseram ao site JNMT que querem que as autoridades coloquem fim nessa cobrança e façam alguma coisa para evitar que uma possível tragédia ainda maior venha acontecer.

 

Paulo Cinta Larga disse os filhos que estudam em escola pública na cidade estão há três dias sem ir às aulas com medo das reações das pessoas que estão revoltadas.

 

“Nossos filhos não podem ir à escola, as pessoas em muitas situações não separam as etnias, muitos de nossos parentes são xingados, escorraçados, isso não pode continuar, nós estamos tristes e indignados com tudo que aconteceu, os culpados devem ser penalizados, nós não concordamos com essa cobrança em hipótese alguma, as áreas não são todas dos Enawene Nawe, de um lado da BR 174 pertence a nosso povo Cinta Larga” disse.

 

A maior liderança dos Cinta Larga, cacique “Pueira” disse que não deve continuar o pedágio dos “cabeludos” se referindo aos Enawene Nawe.

 

“Não vamos mais aceitar essa cobrança” resumiu.

 

“Queremos que as autoridades façam alguma coisa com urgência, nós não somos a favor dos , peço que o deputado Ságuas Moraes faça alguma coisa para resolver essa situação” destacou Fernado Rikbaktsa.

 

A vida dos Rikbaktsa e Cinta Larga disseram que a rotina de vida dos membros da comunidade teve de ser alterada,  indígenas que trabalham na coleta de castanha e que estão na cidade , adiaram a ida ao trabalho por causa do clima tenso que existe na cidade.

 

Marlene Rikbaktsa, membro da associação de mulheres reclama que muitas mulheres e crianças estão sendo alvo da ira de muitas pessoas.

 

“Nós não podemos ser tratados assim, nós não concordamos com isso que aconteceu, nem nós e nem todos os Enawene Nawe devemos ser taxados pela sociedade, não concordamos com a cobrança dos pedágios e nem com o crime brutal que foi cometido, queremos que os culpados sejam identificados e que paguem pelo crime que cometeram” disse.