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NOTÍCIA

Índios da etnia Enawenê Nawê entregam corpos dos jovens de Juína a Polícia Federal

Os jovens estavam desaparecidos desde quarta-feira dia 9, onde foram sequestrados e mortos

Data: Domingo, 13/12/2015 00:00
Fonte: Juína News

 

Os corpos dos amigos Genes Moreira dos Santos Júnior, de 24 anos, e Marciano Cardoso Mendes, de 25, ambos moradores do bairro São José Operário da cidade de Juína, Mato Grosso, foram entregues na tarde de sábado (12.12) as autoridades policiais. Os jovens estavam desaparecidos desde quarta-feira, onde foram sequestrados e mortos.

 

Depois de prestarem depoimentos a Polícia Federal, os indígenas se comprometeram a entregarem os corpos dos rapazes até às 12h deste sábado. Por volta das 11h, o líder indígena Dodoay entrou em contato por telefone informando que havia encontrado os rapazes mortos e que a polícia poderia busca-los.

 

Um comboio foi formado e um forte aparato de segurança saiu de Juína com destino ao local onde estariam os índios e os corpos na BR-174 sentido Juína/Vilhena para realizar o translado.

 

Além da Polícia Federal, estiveram no comboio, Policiais Militares da Força Tática, Policiais do Serviço de Inteligência da PM, Polícia Judiciária Civil, Politec, uma viatura da Funerária e imprensa local.

 

Os corpos dos rapazes estavam enrolados em uma lona preta e foi permitido apenas a aproximação da Polícia Federal, Politec e Funerária.

 

Depois de entregues, todos retornaram para o município de Juína e os policiais decidiram utilizar outro caminho devido à manifestação de familiares e amigos que acontecia na entrada da cidade, onde foram obstruídas a BR-174 e MT-170.

 

Apesar dos índios terem negado o assassinato dos jovens, há uma testemunha ocular do crime, um funcionário da Funai que deverá prestar depoimentos a PF.

 

Em entrevista, o delegado da Polícia Federal, Hércules Ferreira Sodré, que está à frente das investigações, informou que pelo menos dois índios já foram identificados como autor do duplo assassinato e que nos próximos dias após a conclusão do inquérito policial irá representar pela prisão preventiva dos autores.

 

Ele ainda confirmou que realmente um funcionário da Funai presenciou a morte de um dos jovens que foi morto a tiros no meio da BR. O delegado acredita que a outra vítima pode ter sido morta com objeto contundente, possivelmente pauladas, mas somente o médico legista poderá confirmar essa informação.

 

Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal de Juína (IML) para realização do exame de necropsia, e após será liberado para os familiares, onde serão velados juntos no Ginásio Municipal da cidade.

 

O clima neste momento na cidade de Juína é de muita comoção revolta.